quarta-feira, 20 de abril de 2011

PIB nordestino deve crescer 5% e ficar acima da média nacional


Ceará deve registrar o segundo maior crescimento da região Nordeste, informa Datamétrica


Puxada por uma onda de investimentos, a economia da região Nordeste deve continuar crescendo acima da média nacional nos próximos anos. Estimativas divulgadas ontem pela consultoria pernambucana Datamétrica, especializada em economia nordestina, apontam para expansão de 5,06% no Produto Interno Bruto (PIB) da região em 2011, contra 4% esperados para o Brasil como um todo. Para 2012, a projeção é de alta de 5,03% no Nordeste, ante uma média nacional de 4,3%.

O crescimento da renda e do consumo das famílias, ao lado de pesados investimentos, sobretudo na construção civil, continuam sendo os principais combustíveis para a expansão maior da região neste ano. Porém, a contínua valorização do real ante o dólar surge como novo personagem. Sócio da Datamétrica, o economista Alexandre Rands explica que o câmbio valorizado tem incentivado, e muito, as importações de máquinas e equipamentos, indústria que está quase toda concentrada no Sudeste.

"Em tempos de investimento elevado, o Sudeste sempre teve o diferencial de abrigar a indústria de máquinas e equipamentos. Quando se começa a importar no volume em que está sendo feito, esse diferencial já não é tão sentido", afirmou Rands. Segundo ele, o Nordeste também sofre menos com a queda no valor das exportações, já que a região vende majoritariamente commodities para o exterior.

Segundo a Datamétrica, o crescimento do Nordeste neste ano continuará sendo puxado por Pernambuco (6,14%), Ceará (5,26%)e Bahia (5,22%), Estados mais populosos e com a economia mais desenvolvida da região. "É normal que essa onda de investimentos que chega ao Nordeste traga empresas interessadas em se instalarem nos maiores mercados consumidores", avalia.

Para 2012, no entanto, a expectativa é de queda na diferença entre o crescimento do Nordeste e a média nacional. De acordo com a Datamétrica, é esperado para o ano que vem um afrouxamento da política monetária, que deve resultar em expansão do consumo de bens duráveis. Quando isso ocorre, avaliou Rands, o Sudeste tende a demonstrar sua força.

Ceará

"Nos governos anteriores, a região Nordeste foi renegado a uma segunda posição e, com os governos Lula e Dilma, nós passamos a inverter essa lógica, demonstrando o real potencial do mercado nordestino", avalia o coordenador da bancada cearense José Guimarães (PT). Para ele, as disparidades regionais devem perder força ainda mais nos próximos anos, "com os fortes investimentos dos PAC 1 e 2 na região".

"Sobretudo, quando se fala em projetos da dimensão da ferrovia Transnordestina, a transposição do Rio São Francisco e o Complexo Industrial e Portuário do Pecém, estamos falando sobre o fortalecimento do mercado interno e da diversificação dos produtos que atualmente exportamos e consumimos", continua. "Estamos confiantes na conclusão destes projetos, que são prioritários para o país e para o Nordeste, nos próximos anos iremos realizar um grande salto econônico na região".

terça-feira, 19 de abril de 2011

Por uma Fortaleza Criativa


por Joaquim Cartaxo

Em 13 de abril, Fortaleza completará 285 anos que foi tornada vila e sede de poder politico-administrativo. Entretanto, abandonada e pobre, aguardará o início do século XIX para viver os primeiros sinais de prosperidade econômica proporcionados por atividades de comércio e serviço.

Um fator politico - a separação da capitania do Ceará da capitania de Pernambuco - e outro econômico - a transformação do porto da vila em escoadouro da produção algodoeira - são responsáveis pelo surgimento dessas atividades que delinearão a futura função comercial da cidade associada às funções política e administrativa, transformando-se assim em uma comunidade urbana, isto é, uma comunidade com mercado.
Como ponto de escoamento da produção algodoeira do Ceará, Fortaleza insere-se no mundo industrial favorecida pela valorização do algodão no mercado internacional pela indústria têxtil inglesa.

De lá para cá, a vila transformou-se em metrópole. A cidade consolidou seu papel comercial e alcança o século XXI com o enfrentamento de construir ambientes sustentáveis e inovadores, que fortaleçam os fatores favoráveis e removam os que emperram o desenvolvimento com oportunidade para todos.

A Rede de Cidades Criativas da UNESCO é uma idéia para construí-los, pois entende que as cidades cada vez mais centralizam a indústria criativa e a diversidade cultural.
Essa idéia-força se realiza, por exemplo, com um programa de desenvolvimento de longo prazo apropriado pela comunidade; um pacto de governança entre instituições públicas, privadas e do terceiro setor; cultura diferenciadora, educação e investimento em tecnologia.

Daqui a 15 anos, a capital do Ceará comemorará 300 anos. Nesse período, a ser acordado política e socialmente, poderemos realizar estudos e práticas de construção de uma Fortaleza Criativa, uma metrópole para congregar pessoas, diversidades e conectar local e global, passado e futuro.

JOAQUIM CARTAXO é arquiteto, mestre em planejamento urbano e regional e 1 vice-presidente do PT/CE.

O movimento dos conservadores em Fortaleza


Joaquim Cartaxo

A prefeita de Fortaleza Luizianne Lins vêm sendo alvo de uma campanha ferrenha à sua gestão e de desconstituição da sua imagem pública em que os ataques ultrapassaram a política e apontam para questões de natureza pessoal.

Constata-se isso, por exemplo, na matéria “Grupo de oposição define estratégia” publicada no Diário do Nordeste em sua edição do dia sete de abril que divulgou como irá agir esse grupo formado por vereadores de Fortaleza e deputados estaduais do PSDB, PDT, PHS e de outras siglas de menor relevância. Sem reservas declaram que irão realizar mobilizações contra a Prefeita Luizianne Lins. Pretendem se reunir quinzenalmente para “uniformizarem seus discursos” e planejarem suas ações.

Programaram realizar um diagnóstico de todos os setores da administração e visitas a locais da cidade para colherem informações sobre as possíveis falhas do governo municipal.

Os ataques desse grupo são retóricos, sem elementos concretos e têm objetivo meramente eleitoreiro. Utilizam questões pontuais e tentam transformá-las em algo generalizado com a intenção de produzir um senso comum de que a cidade está um caos administrativo. Lançam mão do surrado artifício de tentar substituir o todo pela parte.

Esse discurso tende a sensibilizar os setores de alta renda da sociedade que não aventam qualquer hipótese de utilizar a rede pública municipal de saúde, de educação ou o sistema de transporte público da cidade, por exemplo. Ações e projetos nessas áreas não atendem aos interesses desse segmento social, mas atendem às necessidades e anseios das camadas populares que são a maioria da população.

Os ataques à pessoa da prefeita Luizianne têm o objetivo de tentar eliminá-la de sua posição de maior liderança popular de esquerda do Ceará, construída a partir de seus combativos mandatos de vereadora e deputada em defesa dos setores mais pobres da sociedade, bem como de seu mandato de prefeita, eleita contra tudo e todos em 2004 e reeleita no primeiro turno em 2008, que prioriza também esses setores.

Para as forças conservadores – à esquerda e à direita - a prefeita Luizianne incomoda política e ideologicamente. É uma pedra no caminho que precisa ser dinamitada; farão de tudo para impedir que ela eleja seu sucessor e não toleram a hipótese de que ela possa vir a disputar o governo do estado em 2014; o que é uma opção competitiva e com forte apoio do PT.

Causa desespero a essas forças o fato do PT administrar Fortaleza, o principal pólo irradiador da geopolítica estadual em que a cidade se destaca por sua posição de terceira metrópole do país em influência, segundo o IBGE; o fato de congregar 1/3 da população total do estado e o maior colégio eleitoral; por concentrar 65% do Produto Interno Bruto (PIB) e consequentemente ser o maior centro econômico, financeiro e gerador de emprego do estado.

Esses aspectos socioeconômicos marcam a centralidade de Fortaleza e revelam que um projeto para o Ceará necessariamente passa por um projeto para Fortaleza.

Para além da disputa eleitoral, à influência socioeconômica estadual e regional de Fortaleza soma-se a condição de mais importante território de disputa de hegemonia política do Ceará. Portanto, o lugar onde ocorrem, com maior grau de acirramento, as disputas das oportunidades e a administração das contradições políticas e ideológicas do projeto democrático e popular em implantação no Brasil, no Ceará e em Fortaleza.

Projeto que se inicia no plano federal em 2003 com o presidente Lula; no ano de 2005 em Fortaleza com Luizianne Lins, reeleita em 2008, e em 2007 com Cid Gomes no Ceará, reeleito em 2010. Portanto, a partir de 2007, há uma conjunção dos governos federal, estadual e municipal em torno de um mesmo projeto político que agrega forças progressistas, populares e socialistas do país, organizadas partidariamente no PT, no PSB, no PCdoB e no PMDB que em escalas e dinâmicas diferenciadas se opunham ao projeto neoliberal do PSDB/DEM e que governou o Brasil de 1995 a 2002.

Diante disso, as forças conservadoras da capital e do estado movimentam-se com o objetivo de antecipar a disputa eleitoral de 2012, quando ainda falta mais de um ano e meio de gestão, e, dessa forma, produzir nomes que as unam para enfrentar o candidato da prefeita e do campo democrático-popular.

Incomoda também a essas forças a inversão de prioridades do modo petista de governar que foi implantada na gestão Luizianne Lins, comprovada pelas cifras. Em 2010, as despesas efetivamente pagas somaram um total de R$ 3.150.857.676,87, do qual 71% foram gastos em saúde, educação, urbanismo e previdência social; saúde e educação consumiram 52% desse total.

O PT, por ser o partido preferido por mais de 40% da população de Fortaleza aborrece também as forças conservadoras.

Assim, a força da militância do PT, a liderança e o carisma da prefeita Luizianne Lins e o modo de governar Fortaleza priorizando ações e projetos para a maioria da população, somados, constituem um forte aparato político para manter coesas as forças socialistas, populares e progressistas que constituem o campo democrático e popular.

A coesão dessas forças possui arranjos ideológicos, combinações políticas e é decisiva para se alcançar a vitória nas eleições de 2012 e preparar a sucessão do governador Cid Gomes em 2014, aprofundando as transformações socioeconômicas em desenvolvimento na cidade em consonância com os governos estadual e federal.

Joaquim Cartaxo é arquiteto, mestre em planejamento urbano e regional e 1 vice-presidente do PT/CE.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Mídia trata cenário econômico como se fosse 'pronto-socorro'


O Brasil tem a possibilidade de se tornar uma liderança mundial diante das transformações por que passa a economia internacional. É o que defende Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Durante seminário "Rumos da Economia no Brasil", realizado na capital paulista, nesta sexta-feira (8), ele criticou a cobertura da mídia, que trata o cenário econômico nacional como se fosse um "pronto-socorro".

Pochmann defendeu a discussão e adoção de um modelo de desenvolvimento que garante a superação de problemas sociais que ainda persistem. Ao mesmo tempo, argumentou que o desenvolvimento representa uma transformação estrutural, com possbilidades de o país se tornar uma liderança internacional.

"Não está definido como vai ser, mas é certeza de que os Estados Unidos não vão vai puxar crescimento. A China vai atender por parte disso, mas há espaço para o Brasil responder por outra parcela, como liderança sul-americana", opinou.

Elogios

O presidente do Ipea distribuiu elogios ainda às medidas adotadas pelo governo federal, em 2008 e 2009, para conter o impacto da crise financeira internacional. Nesse contexto, disparou críticas à cobertura da mídia. "A imprensa discute só as emergências da economia, como se fosse um paíe de pronto-socorro", alfinetou.

Ele referiu-se a gargalos e problemas pontuais que prejudicam o crescimento de determinados setores. "É evidente que é relevante a discussão sobre esses pontos, porque envolvem decisões do dia a dia, mas são ierrelevantes neste momento em que miramos soluções de médio e longo prazos", avaliou.

Mudança global

O economista lembrou que a agenda neoliberal começou a ser aplicada na década de 1970 e expandiu-se até tornar-se praticamente única no mundo. A doutrina atribuía exclusivamente a agentes de mercado a busca do desenvolvimento, sem qualquer papel para o Estado.

Na terça-feira (5), o diretor geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss, um dos órgãos que difundiram políticas alinhadas a esses princípios, admitiu que a agenda é passado.

(com informações e imagem da Rede Brasil Atual)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

CONTRIBUIÇÃO AO DEBATE DAS ELEIÇÕES 2012



Por Joaquim Cartaxo

Em 2012, Fortaleza continuará sendo o principal polo irradiador da geopolítica estadual e de disputa eleitoral no Ceará. Tal circunstância resulta de sua posição de terceira metrópole do país em influência, segundo o IBGE; do fato de reunir o maior colégio eleitoral e 1/3 da população total do estado; de concentrar 65% do Produto Interno Bruto (PIB), portanto o maior centro econômico, financeiro e gerador de emprego cearense.

Esses aspectos marcam a centralidade de Fortaleza e indicam que um projeto para o Ceará necessariamente passa por um projeto para Fortaleza. A conjugação política desses dois projetos está em fase de adequação e consolidação a partir dos governos de Luizianne Lins e de Cid Gomes em consonância com o projeto nacional, agora sob o comando da presidenta Dilma Rousseff.

Para além da disputa eleitoral, ao poder de influência socioeconômico de Fortaleza soma-se a condição de mais importante território de disputa de hegemonia do Ceará; lugar onde ocorre com maior grau de acirramento as disputas de oportunidades e a administração de contradições políticas e ideológicas do projeto democrático e popular em implantação no Brasil, no Ceará e em Fortaleza.

Implantação que se inicia no plano federal em 2003 com o presidente Lula; em Fortaleza no ano de 2005 com a prefeita Luizianne Lins, reeleita em 2008, e em 2007 com o governador Cid Gomes, reeleito em 2010. Assim, a partir de 2007, há uma conjunção dos governos federal, estadual e municipal em torno de um mesmo projeto que politicamente agrega forças progressistas, populares e socialistas, organizadas no PT, no PSB, no PCdoB e no PMDB que em escalas diferenciadas e dinâmicas próprias se opunham ao projeto neoliberal do PSDB/DEM/PPS e que governou o Brasil de 1995 a 2002.

Em Fortaleza, o maior desafio do PT será garantir a unidade política dessas forças e ganhar as eleições de 2012 de modo a aprofundar as transformações sociais e econômicas que a cidade vem experimentando em consonância com o estado e o país.
Para vencer esse desafio, a direção do partido precisa liderar um amplo e profundo diálogo com suas forças internas e filiados no sentido consolidar e fortalecer a unidade partidária. Ao mesmo tempo, da mesma forma e objetivo, dialogar com as forças aliadas do campo democrático e popular.

Como resultado desse diálogo, estabelecer conjuntamente as diretrizes políticas e as estratégias de largo prazo para governar Fortaleza compreendendo a sua dimensão de metrópole regional, dimensão que tende a ampliar sua área e aumentar seu poder de influência territorial, socioeconômico, político e cultural.

Conforme mencionado, o estudo Cidades que Influenciam (IBGE/2008) apresenta Fortaleza como a terceira metrópole brasileira em influência. A primeira é São Paulo e a segunda o Rio de Janeiro. Essa condição significa atender interesses e necessidades de mais de 20 milhões de pessoas que demandam a capital cearense, originárias dos estados que conformam um território que se estende do Rio Grande do Norte até o Amazonas.

A dimensão metropolitana e o poder de influência configuram-se como circunstâncias imprescindíveis na elaboração de uma proposta de política urbana para Fortaleza. Uma cidade em que as atividades de serviços e comerciais, estabelecidas no seu centro antigo e nas suas novas áreas de centralidade como Aldeota, Montese, Bezerra de Menezes e Washington Soares, influem sobremaneira na conformação da sua estrutura urbana.

Enfatizando, a política urbana de Fortaleza precisa ser pensada e praticada com base na geografia de oportunidades que seu poder de influência oferece. É com esse poder que traçaremos os caminhos mais adequados no sentido de equacionarmos as necessidades socioeconômicas da capital do Ceará.

O incremento socioeconômico dessas oportunidades é decisivo para a geração de emprego, renda e receita pública. Emprego, renda e receita pública constituem o tripé de sustentação para se priorizar as políticas, programas, projetos e ações visando a erradicação da pobreza extrema como uma prioridade estratégica.

Uma política urbana que priorize, apoie, valorize e promova as atividades econômicas sustentáveis requer a avaliação das potencialidades presentes e ocultas, a explicitação dos fatores restritivos ao desenvolvimento e a mobilização dos sujeitos políticos e sociais na perspectiva de ampliar o alcance dos fatores potenciais e, ao mesmo tempo, superar os que causam restrição ao desenvolvimento com sustentabilidade socioambienal.

Gestão e planejamento de cidades demandam a identificação e a avaliação dos fatores de produção internos (capital social, capital humano, capital financeiro, conhecimento, pesquisa e desenvolvimento, informação e instituições) e quais os necessários obter no exterior do território urbano. A preponderância dos fatores internos em relação aos exteriores tende a criar um ambiente propício para se alcançar uma dinâmica equilibrada de desenvolvimento.

Medir o potencial e as restrições ao desenvolvimento significa estimar a capacidade da sociedade de organizar e de operar a mobilização dos fatores produtivos disponíveis em seu território. Na prática, os sujeitos políticos e sociais precisam articular e integrar as dimensões política, social, cultural e econômica em que os valores, instituições locais e os fatores produtivos devem ser organizados e mobilizados de maneira a atender aos interesses e às necessidades das maiorias sociais da cidade.

Tal procedimento objetiva efetivar políticas que fortaleçam e qualifiquem o potencial da cidade, visando tornar durável o desenvolvimento urbano como estratégia de produzir circunstâncias sociais, econômicas, culturais, ambientais e territoriais capazes de sustentar novos arranjos institucionais, novas composições sociais e atividades inovadoras.

Há ações tradicionais de linhas de crédito, de incentivos fiscais, de investimentos na formação bruta de capital fixo, dentre outras, na produção dessas condições. Todavia, a prioridade do desenvolvimento sustentável é manter e ampliar o estoque de capital social da comunidade, por meio da valorização e do fortalecimento da auto-organização social, do incentivo à prática de soluções colaborativas para problemas comuns, do estímulo à participação popular e à ampliação do diálogo com os diversos integrantes das comunidades locais e regionais. Nesse passo, trata-se de constituir um amplo movimento de formação de comunidades colaborativas e participativas compostas por pessoas que elevam a importância do trabalho coletivo, bem como se encontram preparadas para a mudança e a inovação.

Sob essa compreensão, os governos devem redirecionar sua atuação na perspectiva de fortalecer potencialidades e fomentar capacidades locais com base em políticas e iniciativas culturais e socioeconômicas que conjuguem capital social com práticas colaborativas que produzam inovações.

Assim, a gestão e o planejamento do desenvolvimento urbano sustentável precisam garantir a participação ativa dos sujeitos políticos e sociais (órgãos públicos, sindicatos, cooperativas, associações comunitárias e profissionais, dentre outros) que atuam nos bairros, distritos, vilas e comunidades na perspectiva da constituição de novos arranjos políticos, socioeconômicos e institucionais com o objetivo de mobilizar o potencial produtivo e os recursos locais.

Compartilhados dessa maneira, os esforços em atrair investimentos públicos ou empreendimentos privados passam a ser promovidos com a participação desses sujeitos nos processos políticos de realização do desenvolvimento sustentável.

Imagina-se a construção de uma cidade democrática e sustentável assim, onde o principal agente e beneficiário das mudanças sociais e econômicas é a sociedade com suas formas de solidariedade, integração e cooperação social que contribuem para o equacionamento dos conflitos de interesses por meio de pactos ou acordos cuja temporalidade é estabelecida caso a caso.

Logo, tais acordos alcançam sucesso quando estabelecem como prioridade máxima valorizar a participação da sociedade, fortalecendo a capacidade de cooperação dos seus sujeitos políticos e sociais por meio de instituições e de formas voluntárias produzidas ou em estado latente comprometidos com o desenvolvimento sustentável.

Em suma. É evidente que no estado de direito democrático a participação dos partidos é necessária para realizar a institucionalização desses acordos ou pactos, mas é claro também que o sucesso disso irá requerer o envolvimento dos sujeitos políticos e sociais que mobilizam a sociedade civil. Portanto, as opções políticas partidárias têm que estar combinadas com os interesses e necessidades desses sujeitos que produzem social e culturalmente o dia a dia da cidade; que constroem e destroem o cotidiano da metrópole em um movimento permanente.

Joaquim Cartaxo é arquiteto, mestre em desenvolvimento urbano e regional e vice presidente estadual do Partido dos Trabalhadores.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Ferrovia Transnordestina tem 50% das obras em andamento



Obra idealizada durante o período do Império, e que três governos retomaram o projeto, será concluída até 2013


Transnordestina, combate à corrupção e benefícios sociais: estes foram os três pontos abordados pela presidenta da República, Dilma Rousseff, na última terça-feira (05), na coluna semanal Conversa com a Presidenta. Toda terça-feira a presidenta responde perguntas dos (as) brasileiros (as) enviadas por e-mail para os mais de 170 jornais cadastrados, localizados em 22 capitais, mais o Distrito Federal e outros 100 municípios.

A baiana Maria da Alice dos Santos, professora de Correntina de 55 anos, foi uma das que participou, nesta semana, da coluna. Alice demonstrou sua preocupação com a conclusão da ferrovia Transnordestina: "A ferrovia Transnordestina para nós [nordestinos] é um sonho que estamos vendo realizar. Para quando está prevista a sua conclusão?", perguntou.

Segundo a presidenta, a obra idealizada durante o Império, e que três governos construíram projetos, será finalizada em 2013. "Somente no governo passado [do ex-presidente Lula] o empreendimento começou a tomar forma", lembra Dilma. "Os trabalhos da ferrovia estão avançados - mais de 50% do total está com obras em execução. São 25 frentes, que empregam 11 mil trabalhadores", completa.

No total, a obra terá 1.728 km de extensão, ligando Eliseu Martins (PI) aos portos do Pecém (CE) e Suape (PE). O objetivo é o escoamento de produtos agrícolas e de minério do semiárido, dando um grande impulso ao desenvolvimento econômico e à geração de empregos no Nordeste.

Combate à corrupção

Lembrada por Carmen Schneider, Dilma ainda lembrou a melhoria da imagem do Brasil no exterior, "resultado da nossa política de crescimento econômico com democracia e inclusão social"; e lamentou, citando o combate permanente, a corrupção e a violência.

"Somente em 2010, foram realizadas 63 operações especiais, que chegaram aos níveis mais altos da hierarquia das organizações criminosas. Fica a impressão que a corrupção está aumentando, mas o que cresce mesmo é a investigação e a identificação dos criminosos", destacou acrescentando a instalação das Unidades de Polícia Pacificadora nos morros do Rio de Janeiro.

Benefícios

Sobre o aumento dos benefícios sociais, em resposta a Joaquim Espínola, advogado de 69 anos, garantiu que os benefícios sociais estão aumentando como prioridade ao combate à pobreza extrema. "O valor dos benefícios do Bolsa Família, por exemplo, a partir deste mês, receberá um reajuste médio de 19,4%, o que representa um aumento real, ou seja, acima da inflação, de 8,7%. O aumento mais expressivo, de 45,5%, foi para a faixa de 0 a 15 anos, porque achamos que crianças e jovens devem ser os principais beneficiários", respondeu.

Além disso, há duas semanas a presidenta Dilma assinou a construção de 718 creches em 419 municípios, com meta de instalar 6 mil unidades até 2014; aumentou em 50% a distribuição de medicamentos contra diabetes e 61% para hipertensão, pelo Programa Saúde Não Tem Preço. Por fim, estão sendo investidos R$ 9,4 bilhões, até 2014, no programa Rede Cegonha, "que vai garantir o atendimento adequado e humano para mães e filhos", conclui.

Acesse a coluna semanal Conversa com a Presidenta clicando aqui.

(com fotografia da Presidência da República)

Economia brasileira está cada vez mais sólida, afirma agência internacional


A agência de classificação de risco Fitch Ratings elevou, nesta segunda-feira (04), o Rating de Probabilidade de Inadimplência (IDR, na sigla em inglês) brasileiro. Segundo a Fitch, o Brasil passou do patamar BBB- para BBB, o que reflete a expectativa de crescimento estável do país, entre 4 e 5%, e o forte vigor fiscal do país, capaz de suportar uma eventual crise financeira mundial.

Esta é a primeira elevação desde o primeiro semestre de 2008, quando a Fitch reconheceu o país como merecedor de menção quanto ao grau de investimento. Ainda segundo a agência, a transição para o governo Dilma Rousseff foi suave e o consenso sobre políticas macroeconômicas continua bem ancorado. "É o reconhecimento de que a economia está cada vez mais sólida", declarou o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

A Fitch é a primeira das três grandes agências de risco a elevar o Brasil acima do primeiro nível do grau de investimento, que é o BBB-. As outras duas agências são a Moody´s e a Standard & Poor´s. Há uma expectativa positiva de revisão da classificação no caso destas duas últimas agências.

Detalhamento

O índice de risco calculado pela Fitch Ratings se baseia na conjunção de quatro itens. Segundo a empresa, o IDR em moeda estrangeira e nacional também passaram de BBB- para BBB. O teto do país passou de BBB para BBB+. O IDR de curto prazo passou de F3 para F2. Ainda segundo classificação direcionada aos investidores internacionais, o Brasil passou do nível "positivo" para "estável".