segunda-feira, 23 de maio de 2011

Campo Democrático reúne aliados e movimentos sociais em Itapipoca

José Guimarães defende candidatura do Partido dos Trabalhadores como altertiva à administração municipal tucana


"O PT é a melhor opção para o Brasil e é a melhor opção também para Itapipoca". Foi esta a mensagem levada pelo deputado federal José Guimarães (PT) durante a Plenária do Campo Democrático realizada em Itapipoca no último sábado (21). O encontro reuniu aliados políticos e movimentos sociais no auditório do sindicato dos servidores públicos municipais.

Na pauta, os informes sobre o cenário político nacional e estadual, apresentados pelo também vice-presidente do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, José Guimarães, além da realização de três novas filiações e a discussão sobre a situação do município. "Hoje, a principal preocupação da oposição, no país, é que, após a conquista do eleitorado das classes mais baixas, a Dilma tem conseguido a simpatia do eleitorado tanto da Marina quanto a alas ligadas ao PSDB", afirmou sobre o avanço da popularidade da presidenta na classe média.

Para ele, a tentativa de "descredenciar" o governo Dilma com as acusações ao ministro Palocci, "amplamente divulgadas pela grande mídia" são a nova alternativa de uma "oposição que não tem rumo e nem projeto para o país". "Nós já derrotamos o projeto dele, aqui no Estado representado por um senador tucano e, em Itapipoca, estamos dispostos a conversar com os nossos aliados para construirmos um projeto de mudança a atual administração municipal", destacou.

"Uma cidade do porte de Itapipoca não pode ficar para trás, com os avanços que a presidenta Dilma e o governador Cid Gomes estão realizando no país e no Ceará", declarou. "É hora de fortalecer o Partido dos Trabalhadores, e temo em dizer que essa região é uma das que possui o PT mais fraco: organizem e estruturem o partido para que no próximo ano possamos comemorar uma grande vitória".

Demandas

Durante o evento, a militante da causa indígena, Adriana do Buriti, requisitou informações e o apoio à aldeia Tremembés. De acordo com ela é preciso instalar um Posto de Saúde Diferenciado para atender as cerca de 115 famílias de índios que vivem no distrito do Buriti e fundamental garantir o reconhecimento das terras indígenas no município.

A comunidade já recebeu pesquisadores da Fundação Nacional do Índio (Funai), que realizaram estudos preliminares contando a história da ocupação e a demarcação fundiária do terreno, mas desconhecem o diagnóstico final do relatório.

"Com o estudo aprovado pela Funai, e publicado no Diário Oficial da União, passaremos a não correr mais o risco de perder o pedaço de terra", explica. "Atualmente, vivemos sofrendo pressão de construtoras que nos ameaçam nos tirar a terra que utilizamos para sobreviver. Precisamos de apoio político", pede.

Oposição não pode ser subestimada


A conjuntura socioeconômica aponta que o prestígio do Partido dos Trabalhadores e seu projeto político estão, a cada dia, mais fortalecidos nas maiorias sociais. Evidencie-se a preferência inconteste do PT em relação aos demais partidos brasileiros em todos os setores sociais. Soma-se a isso, a expressiva aprovação popular da presidenta Dilma Rousseff ao final dos 100 primeiros dias de governo, confirmando nossas expectativas de continuidade e aprofundamento das mudanças políticas, socioeconômicas e culturais desenvolvidas pelo governo do presidente Lula.

Quanto à oposição, experimenta profunda crise de identidade e se move confusamente. Entretanto, a dispersão e a fragilidade dos oponentes não deve ser motivo para subestimá-los, pois representam setores consideráveis da classe dominante, controla o poder em vários estados e tem a seu lado importantes aparelhos de poder.

Em 2010, o PT disputou a presidência da república com uma tática que possuía duas prioridades: eleger Dilma presidenta e ampliar a bancada de senadores do PT e dos partidos aliados. Avaliava-se que de nada adiantaria eleger governadores sem eleger a presidência da república, pois comandar o governo federal era fundamental para prosseguir aprofundando as reformas e mudanças realizadas pelo governo Lula.

Assim, o diretório estadual do PT/Ce aprovou como tática eleitoral: eleger Dilma presidente; apoiar a reeleição do governador Cid Gomes; continuar ocupando a vaga de vice-governador; e para o senado defendia a chapa Pimentel e Eunício. Além disso, rechaçava coligação formal ou informal com o PSDB. Diante dessa tática clara e objetiva, os partidos aliados se reposicionaram no cenário político estadual.

Os resultados estaduais foram a reeleição do governador Cid Gomes no primeiro turno, a eleição dos senadores José Pimentel (PT) e Eunício Oliveira (PMDB). Nesse passo, o campo das forças populares, socialistas e progressistas, que se expressam no PT/PSB/PCdoB/PMDB, saiu das eleições com mais força para, alinhado com o governo da presidenta Dilma, continuar a implantação o projeto democrático e popular.

Agora, o desafio é manter a unidade desse campo no processo de disputa das eleições de 2012 em que ao PT caberá o papel de protagonizar a gestão das contradições e compartilhar as medidas que atendam aos interesses locais em jogo, sem prejudicar os objetivos estratégicos do projeto democrático e popular.

Joaquim Cartaxo é o primeiro vice-presidente do PT do Ceará.

Eleições 2012: Lula deve subir no palanque de candidato petista em Fortaleza

Oposição "esfacelada" se pauta na grande mídia e não apresenta projeto para o Brasil, defende vice-presidente do PT


Um Partido dos Trabalhadores forte e combativo, tendo em vista as eleições municipais de 2012. O diretório estadual do PT realizou, no último sábado (21), um encontro do Diretório Estadual no Hotel Mareiro, em Fortaleza. Na pauta do encontro, informes do cenário estadual e nacional e a organização do partido tendo em vista as eleições 2012.

Atualmente, o Partido dos Trabalhadores está no comando de 15 administrações municipais em todo Ceará, número que pode ser e deve ser ampliado, conforme orientação do Diretório Nacional do PT. Entre as prefeituras comandadas pelo partido estão as três maiores cidades do Ceará: Fortaleza, Sobral e Juazeiro do Norte.

"É uma questão de honra para o PT, que é partido mais bem avaliado pela população brasileira, manter e expandir as administrações onde está presente", informa o 2o. vice-presidente do PT nacional, José Guimarães. "Estamos trabalhando para manter o arco de alianças com os partidos que nos apóiam e nos ajudam a administrar as cidades onde lideramos", completa.

No caso de Fortaleza, que é o principal pólo político do Ceará, segundo José Guimarães, o ex-presidente Lula pode acabar subindo no palanque do candidato que o diretório estadual escolher. "A orientação do PT nacional é de que o [ex-] presidente Lula suba nos palanques dos candidatos do PT em 2012, nas principais cidades, inclusive com uma grande participação em São Paulo", informa.

Brasil

Comentando os recentes ataques ao governo Dilma, na figura do ministro Antônio Palocci (Casa Civil), o também vice-líder do governo, José Guimarães, afirmou que "a oposição está sem rumo" e "não possui um projeto alternativo para o país". "Primeiro, tentaram desvincular a imagem da Dilma da do Lula; e quebraram a cara: porque a Dilma é o Lula e o Lula é a Dilma, embora tenham perfis diferentes de governar o país", comentou.

"Agora é esta onda de atacar o ministro Palocci, quando as suspeitas levantadas pela grande mídia estão na declaração de imposto de renda do próprio ministro e não foram motivo sequer para a Polícia Federal tomar a decisão de investigar a fundo", argumentou.

Reforma política

Sobre a reforma política, em discussão na Câmara dos Deputados, e aprovada sob forma de sugestão no Senado, o parlamentar informou que o PT nacional, através do presidente Rui Falcão, tem mantido contanto com presidentes de partidos políticos e parlamentares. Entre os articuladores políticos destes encontros está o próprio presidente de honra do partido, Luís Inácio Lula da Silva.

"As pautas defendidas pelo PT são a de uma reforma política que garanta o financiamento público exclusivo da campanha, a fidelidade partidária, a lista fechada de candidatos [para cargos proporcionais] e o fim das coligações", disse. "O PT não quer que uma reforma para se privilegiar, mas que fortaleça a democracia brasileira e os partido políticos. Afinal, foi com o atual sistema que elegemos o primeiro operário presidente e a primeira mulher presidenta", conclui.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Rui Falcão diz que reuniões do PT com outros partidos têm sido positivas



Rui Falcão disse que nessas reuniões se estabeleceram consensos importantes. O primeiro deles é a defesa do voto obrigatório, do sistema proporcional e do financiamento público e exclusivo de campanha. "Todos os partidos concordaram com essas diretrizes", observou, bem com o instituto da fidelidade partidária. "Com as fundações desses partidos, nós vamos fazer um trabalho conjunto para analisar quais as melhores formas de se instituir o financiamento público exclusivo, porque ainda não há clareza sobre a lista elaborada democraticamente. Há varias propostas de lista fechada e as fundações vão apresentar alguns modelos", acrescentou.

O presidente do PT afirmou que outro tema pautado pelos partidos para as próximas reuniões diz respeito à coincidência das eleições num único ano, mantendo a reeleição. "Os quatro partidos querem agora um encontro com o senador Humberto Costa e com deputado Henrique Fontana para analisarem as propostas que estão tramitando no Senado e na Câmara dos Deputados e para onde devem convergir os respectivos relatórios dos projetos de lei, as propostas de emendas constitucionais", explicou.

Quanto aos seminários e reuniões com os partidos políticos, que terão a presença do ex-presidente Lula, Rui Falcão disse que nessa primeira reunião ele esteve presente e que Lula tem o intuito, também, a partir desse consenso mínimo, de convidar organizações da sociedade, as centrais sindicais, a plataforma dos movimentos sociais e a central dos movimentos populares. "Num passo seguinte, o ex-presidente pretende dialogar com as bancadas e com os governadores para, a partir daí, termos uma grande campanha popular em defesa da Reforma Política, até porque um dos pontos-chave é ampliar a participação popular nos plebiscitos, nos referendos e na iniciativa popular legislativa que hoje estão muito travados", disse Rui.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Brasil irá ajudar a redefinir a economia global, diz Banco Mundial

Educação com foco na produção de conhecimento é o principal desafio da economia brasileira

Brasil, China, Índia, Rússia, Indonésia e Coreia do Sul vão responder por metade do crescimento global em 2025. É o que informa o relatório do Banco Mundial lançado em Washigton nesta terça-feira (17). Segundo o relatório Global Developtment Horizons 2011 - Multipolarity: The New Global Economy (Horizontes do Desenvolvimento Global 2011 - Multipolaridade: a nova economia global"), os países emergentes irão crescer, em média, 4,7% até 2025.

“À medida que o poder econômico muda, essas economias bem-sucedidas vão ajudar a conduzir o crescimento em países de baixa renda por meio de transações comerciais e financeiras transfronteiriças”, diz o documento. “A rápida ascensão de economias emergentes conduziu uma mudança pela qual agora os centros de crescimento econômico estão distribuídos entre as economias desenvolvidas e em desenvolvimento”, completa o economista-chefe e vice-presidente para Economia do Desenvolvimento do banco, Justin Yifu Lin.

Os países avançados, por sua vez, apesar de continuarem a ter um peso importante na economia global, deverão crescer em média apenas 2,3% no mesmo período.“Estamos em um mundo realmente multipolar”, argumenta Lin.

Desafios


Para se consolidar como polo de crescimento, o Brasil, Índia e Indonésia precisam enfrentar alguns desafios, como melhorar o acesso à educação, ponto central para o continuidade do crescimento, segundo o Banco Mundial. Segundo a instituição, essas medidas poderiam estimular a adaptação tecnológica doméstica, capacidade de inovação e geração de conhecimento.

Ainda de acordo com o relatório, as mudanças no balanço de poder econômico e financeiro também terão reflexos em setores como os mercados de investimentos, fusões e aquisições. “As multinacionais dos mercados emergentes estão se tornando uma força na reconfiguração da indústria global, com rápida expansão dos investimentos Sul-Sul e fluxos de investimentos estrangeiros diretos”, afirma Lin.

Segundo o documento, a participação e a influência crescentes de empresas originárias de mercados emergentes nas finanças e nos investimentos globais podem levar à criação de um marco multilateral para regular os investimentos transfronteiriços. “As instituições financeiras internacionais terão de se adaptar rapidamente”.

Moeda


O Banco Mundial projeta ainda que, até 2025, o sistema monetário internacional não será mais dominado por uma única moeda. “O mais provável é que em 2025 o panorama monetário internacional se caracterize pela presença de múltiplas moedas, com predomínio do dólar, do euro e do yuan”, afirmou o autor do relatório, Mansoor Dailami.

Governo propõe parcerias para plano de combate à pobreza extrema



Com informações do Valor Econômico

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, afirmou, em entrevista ao Valor, que o governo vai estabelecer parcerias com os setores produtivos para garantir a emprego aos beneficiários do programa de combate à miséria extrema - que deve ser lançado ainda no primeiro semestre - e a comercialização dos alimentos produzidos pelos agricultores familiares.

Os dois primeiros setores procurados foram os supermercadistas e a construção civil. A intenção é que esses dois setores utilizem o cadastro do Bolsa Família para preencher suas vagas. A Pasta também quer aproveitar as grandes redes de supermercados para comercializar os alimentos produzidos pela agricultura familiar.

O ministério fechou uma parceria com a Embrapa para o fornecimento de sementes de melhor qualidade e a capacitação técnica dos agricultores familiares para que possam produzir alimentos de primeira linha.

O governo não descarta a possibilidade de criar um selo para esses produtos, para que eles embutam a marca da responsabilidade social. Mas tem o cuidado de não parecer que será um produto de segunda linha. "Queremos fazer um feijão para a classe A e B. E na nossa avaliação, ele tem um valor agregado a mais: o do consumo consciente, porque foi produzido por uma população extremamente pobre. Em qualquer lugar do mundo, teria um valor social importante."

Em tempos de risco inflacionário, Tereza Campello diz que o plano de erradicação da miséria poderá diminuir as pressões sobre os preços. Se bem sucedido, diz a ministra, o plano reduzirá o impacto do aumento de preços na construção civil porque estará oferecendo mão de obra para o setor. No caso dos alimentos, o reflexo positivo viria do aumento da oferta e da pressão para baixo sobre os preços das commodities agrícolas. "Mas o nosso esforço é tirar da extrema pobreza esses 16,2 milhões detectados pelo IBGE".

Para ela, essa faixa da população é a mais vulnerável: "Nem o crescimento do País nos últimos anos nem os programas de transferência de renda foram suficientes para fazer essas pessoas ascenderem", resumiu. A seguir os principais trechos da entrevista:


O ministério tem procurado o setor privado para debater o plano de combate à miséria extrema. Com quais setores está havendo negociação?

Tereza Campello: Estamos trabalhando nesse primeiro momento com setores muito específicos. Um deles é a construção civil, que sofre com carência de mão de obra. Nós temos condições de incluir nosso público nesse contexto. Já era um foco de ação do governo no Bolsa Família e nós vamos intensificar daqui para frente.

O governo apresentou o plano a eles?

Tereza: Não. Apenas mostramos que temos um cadastro do Bolsa Família. Eles hoje procuram mão de obra em igrejas, anunciam em paradas de ônibus. Nós temos um cadastro fidelizado, com nome, endereço reconhecido. É um cadastro qualificado.

Quais serão os setores para os próximos passos?

Tereza: Essa foi uma das pautas com os supermercadistas. Eles também estão tendo mais dificuldade para procurar as pessoas. Eles podem usar nosso cadastro e qualificar essas pessoas. Os grandes supermercados já fazem esse tipo de serviço. Eles têm universidades para isso. No caso dos pequenos atacadistas, nós faremos essa qualificação. Isso será um dos principais eixos da inclusão produtiva profissional.

Como funcionará isso?

Tereza: O governo lançou o Pronatec, um programa de bolsas concedidas para as populações carentes nas escolas técnicas federais. O público do cadastro único de transferência de renda é o público do Pronatec. O empreendedor que deseja qualificar seus empregados ou qualificar mão de obra que seja potencialmente um futuro empregado, poderá recorrer ao Fies [programa de financiamento estudantil]. O Fies vai financiar não apenas o ensino superior mas também a qualificação profissional.

Essa foi a única pauta com o setor produtivo?

Tereza: Não. No caso dos supermercados, há uma outra pauta: a compra e aquisição de produtos da agricultura familiar. Nós não estamos procurando o setor supermercadista para pedir doação. É um negócio que vai ser bom para os supermercados porque terão uma oferta a mais de um produto com muita qualidade; bom para o País porque, se essa equação der certo, nós vamos aumentar a produção de alimentos em um momento estratégico, de aumento de preços e falta de alimentos no mundo; e vamos incluir toda uma população que hoje não consegue colocar-se no mercado de trabalho.

Como a proposta aparecerá no plano de combate à miséria extrema?

Tereza: Nós queremos ampliar o acesso ao mercado desta população extremamente pobre. Hoje, nós temos duas grandes modalidades de compra: o Programa de Aquisição de Alimentos/PAA e o Programa Nacional de Alimentação Escolar. Nossa expectativa é passar de um patamar hoje de R$ 675 milhões para R$ 2 bilhões em 2014 só no PAA. Queremos ampliar também as vendas para hospitais, presídios e restaurantes universitários, que hoje não compram da agricultura familiar. Vamos fazer toda uma equação facilitando esse acesso.

Quais são os produtos que serão comercializados nos supermercados?

Tereza: Nesse primeiro momento o que temos à disposição é: feijão, milho, farinha de mandioca e fubá. A ideia é que a gente possa ampliar, em um segundo momento, para pescado e produtos da sócio-biodiversidade, como castanha e açaí. E queremos estabelecer um padrão de qualidades para que essa produção não seja de segunda linha.

O padrão de qualidade será garantido de que forma?

Tereza: A Embrapa vai fornecer as sementes e as mudas, além de nos ajudar com difusão de tecnologia e treinamento de nossas equipes técnicas. Não só teremos uma semente de primeira linha, como será uma semente adaptada para o semiárido. E nós estamos falando em transferência de tecnologia para esse agricultor produzir com qualidade.

Como será feita a distribuição desses produtos?

Tereza: A Conab é nossa parceria na área de distribuição. Ela construiu toda uma agenda de inclusão de milhões de pequenos agricultores extremamente pobres no mercado. Ajudou a organizar esses agricultores, muitos não sabiam tirar nota [fiscal], nunca tinham vendido a produção. E a Conab só compra produtos que ela tenha condições de estocar e garantir qualidade.

O governo escolherá algum mecanismo para identificar esses alimentos produzidos pela parcela mais pobre da população?

Tereza: Se os supermercadistas entenderem que um selo identificando esses produtos como derivados do Programa Brasil sem Miséria ajudará, nós estamos dispostos a colocar o selo. O que nós não queremos é que, ao colocar o selo, pareça que esse produto não é um produto de qualidade. Não queremos que seja associado à um produto de segunda linha, para as pessoas falarem: "Eu vou comprar, mas não vou comer esse feijão". Queremos fazer um feijão para a classe A e B. E na nossa avaliação, ele tem um valor agregado a mais: o do consumo consciente, porque foi produzido por uma população extremamente pobre, o que, em qualquer lugar do mundo, teria um valor social importante.

A possibilidade concreta de o País voltar a conviver com uma inflação acima da meta de 6,5% ao ano terá influência na elaboração do plano de combate à miséria?

Tereza: O conceito geral do plano ajudará a amenizar esse quadro. Estamos buscando a inserção de uma parcela da população que até hoje não teve acesso à essas oportunidades. Se a gente for bem sucedido, reduziremos o impacto do aumento de preços na mão de obra. Se aumentarmos a oferta de produtos da agricultura familiar, teremos mais produtos da cesta básica disponíveis, melhoria de oferta de alimentação, o que causa impacto positiva ao controle dos preços.

Mas a volta da inflação não dificulta a implantação de alguns dessas medidas?

Tereza: Certamente, não fazemos um plano de quatro anos sem ajuste nenhum. Mas o nosso ajuste não vai ser de meta. Eventualmente você pode ter ajustes e a necessidade de implementar medidas adicionais se você tiver uma alteração muito grande da conjuntura internacional.

Neste momento, as conversas estão restritas ao setor produtivo?

Tereza: Não, também estamos conversando com os governadores. Estamos construindo uma agenda de complementação de renda, que está bem avançada, principalmente nos Estados mais ricos.

Como seria essa complementação de renda?

Tereza: Nós fizemos um recorte de R$ 70 per capita mensal [renda das pessoas consideradas público-alvo do futuro programa]. Os Estados mais ricos têm complementado isso ou se disposto a complementar. O próprio Rio de Janeiro já anunciou, em parceria conosco, que fará um recorte de R$ 100.

O governo trabalha com algum percentual de crescimento do PIB nesse plano de erradicar a miséria?

Tereza: Trabalhamos com a manutenção das taxas atuais de 2011 [previsão de 4% de crescimento do PIB]. A ideia é poder ajustar o plano e cumprir a meta com uma faixa de crescimento, para cima ou para baixo. Mas o plano não está associado a um cenário de crescimento fixo. O crescimento econômico ajuda a reduzir desigualdades, mas você precisa ter ações e decisões políticas que permitam essa redução de forma mais acentuada.

Pelos cálculos do IBGE, ainda existem 16,2 milhões de pessoas consideradas extremamente pobres.

Tereza: O nosso esforço é para tirar da extrema pobreza esses 16,2 milhões. Na nossa avaliação, esse núcleo da pobreza é o mais resistente. São pessoas que não conseguiram, mesmo com o crescimento econômico, encontrar um emprego melhor, colocar-se melhor no mercado, virar micro empreendedor.

Porque?

Tereza: São pessoas que têm um nível de escolaridade muito menor, estão há mais tempo sem colocação, têm mais filhos, o que impede que um dos cônjuges trabalhe para ficar em casa cuidando da família. Precisamos melhorar a capacitação dessa população e permitir que tenha acesso aos serviços públicos.

Que serviços?

Tereza: A construção civil faz testes de saúde em seus empregados e os exames para detectar hipertensão e diabetes são tradicionais. Muitas vezes o trabalhador faz a entrevista para o emprego, está qualificado para a vaga, vai fazer o exame e não é empregado porque é hipertenso. O empregador não vai colocar um hipertenso, não medicado, debaixo de sol carregando peso. Essa população, recebendo o remédio para hipertensão ou diabetes pelo Programa Farmácia Popular, tem mais chance.

Existe outro exemplo?

Tereza: Uma colega nossa, que trabalha em Osasco, ministrou um curso ótimo para auxiliar de cozinha e uma parte dos alunos, apesar de estar entre os melhores da turma, não conseguiu se colocar porque não tinha os dentes. Nesse caso, aliaríamos o plano com o Programa Brasil Sorridente.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Valor Econômico: Plano de combate à miséria começa a se materializar


Começa a ganhar contornos reais a promessa de combate à miséria feita pela presidente Dilma Rousseff ainda em campanha. O primeiro passo foi dado na semana passada com a definição de qual parcela da população será beneficiada pelo programa já batizado de Brasil sem Miséria. O alvo do novo programa são as famílias com renda per capita mensal de até R$ 70.

Não foi um passo trivial. Há pelo menos duas dezenas de cortes de renda tecnicamente aceitáveis para se definir a extrema pobreza. A escolha do número limita ou amplia o alcance do plano, com implicações diretas na dimensão dos seus desafios e da sua grandeza. Ou seja, no custo fiscal do programa.

O próprio conceito de miséria ou pobreza é relativo e vai além da capacidade de alguém se sustentar com determinado montante de dinheiro. Viver com R$ 70 por mês em um grande centro como São Paulo é totalmente diferente do que dispor da mesma quantia em uma cidade do interior da Amazônia.

Acabou-se batendo o martelo nos R$ 70 por mês por ser o mesmo valor de corte estabelecido para os beneficiários classificados como extremamente pobres pelo Bolsa Família, que recebem um benefício fixo e também uma parcela variável conforme o número de filhos. O Bolsa Família também beneficia famílias com renda mensal de R$ 70 a R$ 140 per capita, grupo que recebe apenas o benefício fixo. O Bolsa Família atende 13 milhões de famílias, ou cerca de 50 milhões de pessoas, ao custo de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB), ou aproximadamente R$ 12 bilhões.

O corte em R$ 70 para o Brasil sem Miséria não é muito distante do critério usado pelo Banco Mundial, mas acaba atendendo mais gente. Para o Banco Mundial, são miseráveis os que contam com apenas US$ 1,25 por dia para viver, o que seria equivalente a R$ 60 por mês. Por outro lado, a renda fixada para enquadramento no Brasil sem Miséria é inferior ao parâmetro de R$ 136 inicialmente cogitado, que levaria o programa a atender 20 milhões de pessoas.

O alvo afinal definido não é desprezível, pois envolve 16,27 milhões de pessoas, ou 8,5% da população, distribuídos em aproximadamente 4 milhões de domicílios. Essas pessoas estão concentradas mais nas cidades (53,3%) do que no campo (46,7%). Regionalmente, a maior parte está no Nordeste, com 9,6 milhões de pessoas (59%); em seguida no Sudeste, com 2,72 milhões, e Norte, com 2,65 milhões. Em termos de cor ou raça, os extremamente pobres são predominantemente pardos (61,8%). Em faixa etária, dois grupos se sobressaem, os de 5 a 14 anos (27,9%) e os de 20 a 39 anos (27,6%).

Ao mesmo tempo em que o Plano Brasil sem Miséria era anunciado, foram divulgados novos dados da Fundação Getulio Vargas que mostram a queda da desigualdade no país. Utilizando como referencial o índice de concentração de Gini, que leva em conta apenas a renda salarial, o levantamento indica que a desigualdade recuou no Brasil para o menor nível em 50 anos. O índice de Gini da desigualdade no Brasil caiu para 0,5304 em 2010, o melhor patamar desde os 0,537 de 1960 - quanto mais perto do zero, menos desigual; quanto mais perto do um, mais desigual. Nesse período, o ano de maior desigualdade foi 1990, quando o índice de Gini esteve em 0,609.

Nesse ranking, o Brasil está bem distante do Japão, onde a desigualdade é menor (índice de Gini de 0,249) e dos Estados Unidos (0,42). Mas também está longe da Namíbia, onde a desigualdade é a maior (índice de Gini de 0,743).

O Brasil também já cumpriu com antecedência uma das dez metas do milênio, lançadas pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), de reduzir pela metade o número de pessoas vivendo em extrema pobreza até 2015. O percentual caiu de 25,6% em 1990 e 12% em 2003 para 4,8% em 2008.

Apesar dos avanços obtidos, o Plano Brasil sem Miséria terá que ir além da ampliação dos programas de transferência de renda, contemplando também a inclusão produtiva e o acesso a serviços públicos como água, saneamento, luz - dos 4 milhões de domicílios que serão beneficiados, 8% não têm acesso à energia elétrica - e educação. Os detalhes serão conhecidos até o fim do mês. Alguns desses benefícios serão concedidos em parceria com os governos estaduais e municipais, com os quais o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e a Secretaria Extraordinária para a Erradicação da Pobreza já estão conversando.

Afinal, o último e ambicioso objetivo do programa é erradicar a miséria no Brasil até 2014 e não apenas minorá-la, e o caminho mais seguro para isso é oferecer também condições de educação e emprego.

Editorial publicado em 10 de maio de 2011.

A volta do PV

Por Luizianne Lins


No último domingo, os olhares de Fortaleza estavam atentos à reabertura do estádio Presidente Vargas. E o PV voltou em grande estilo, na final do Campeonato Cearense. Eu estava lá e me emocionei também com o jogo. Todos sabem, eu sou Ferroviário! Mas o Ceará fez bonito.

Parabéns ao time pelo campeonato, e parabéns também aos jogadores do Guarani de Juazeiro.

Além do espetáculo do futebol, vi o espetáculo da torcida. Mesmo com toda a euforia pelo jogo, os torcedores deram uma demonstração de cidadania. Foi um reencontro com o estádio do coração, em clima de paz. Afinal, o novo PV é do povo! E o que é de todos, tem de ser zelado e amado.

Tanto bem querer não é para menos. Estamos diante de um novo estádio do ponto de vista do conforto, da segurança e da beleza. O PV foi completamente reformado pela Prefeitura de Fortaleza, em parceria com o Governo do Estado, segundo padrões da Fifa, da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Estatuto do Torcedor.

Dentre as melhorias, a capacidade foi ampliada para mais de 20 mil pessoas e agora há quatro entradas (considerando-se a original, que foi recuperada), somando mais de 30 catracas eletrônicas. O novo PV também ganhou acessibilidade universal, 20 novos banheiros para homens e mulheres, alambrado de vidro temperado com alta visibilidade e placares eletrônicos com display de LED. E ainda será a primeira obra do contexto da Copa do Mundo de 2014 a ser entregue no Brasil. Tudo isso em pouco mais de um ano de reforma.

Agora, estamos na fase de conclusão da Tribuna da Imprensa, que está sendo reforçada para abrigar os jornalistas com conforto e segurança. Este é o último detalhe que falta para inaugurarmos oficialmente - e em breve - o estádio, com a comemoração que os torcedores e que a cidade merecem.

Enquanto isso, o PV já está entregue para o mais importante: os jogos. No domingo, vimos apenas o primeiro de muitos que virão, para a alegria dos torcedores do Ceará, do Ferroviário, do Fortaleza... A bola já está rolando!


Luizianne Lins é jornalista e prefeita de Fortaleza

Comissão da Verdade: ministra quer votar pedido de urgência

A ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Maria do Rosário, pediu, nesta terça-feira (10), apoio da bancada do PT na Câmara para votar pedido de urgência ao projeto de lei que cria a Comissão Nacional da Verdade (PL 7.376 /10). Segundo Maria do Rosário, a comissão é "indispensável" para esclarescer uma parte da história brasileira, que aconteceu nos "porões da ditadura" e, "de forma corrupta", nos palácios.

"Precisamos agilizar a criação desta comissão para resgatarmos a história deste país. Muitas pessoas perderam a vida, outras foram torturadas e muitos ainda estão desaparecidos", afirmou a ministra ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT /RS). "O Congresso chegou a ser fechado pelos militares. Sem dúvida existem muitos documentos importantes que nos ajudaram neste resgate. O quanto antes avançarmos nessa coleta de dados, mais rápido será o trabalho da Comissão da Verdade", informou.

A ministra lembrou que já houve um grande avanço com o decreto que criou a Comissão de Mortos e Desaparecidos, mas que este instrumento possui poderes limitados e se quer possui orçamento próprio. A ministra também fez pedidos semelhantes à outros órgãos do Governo.

Campo Democrático realiza plenária na região Norte


Um PT unido, com forte apoio da base aliada e organizado para dar continuidade ao projeto do ex-presidente Lula para o Brasil. O vice-presidente do Diretório Nacional do PT, José Guimarães (PT), participou, no último sábado (07), da Plenária do Campo Democrático na região Norte.

O encontro, que reuniu em torno de 150 lideranças, contou com a presença do deputado estadual Dedé Teixeira (PT), do presidente do Insituto Agropólos do Ceará, Celso Cristósomo, e do presidente da Federação de Trabalhadores e Trabalhadoras do Estado do Ceará (Fetraece), Moisés Brás. Em seu discurso, José Guimarães defendeu que, após a expressiva vitória da presidenta Dilma Rousseff, em 2010, é hora de unir o partido em torno de uma proposta progessista para o país, "fortalecendo as administrações onde o PT está presente e ampliando o número de prefeitos e vereadores em todo Estado".

"O foco do PT, após ter se tornado o partido com maior número de deputados na Câmara, e ter garantido a vitória do senador José Pimentel (PT), e a derrota do senador tucano, é apenas um: reunirmos o maior número de aliados e viabilizarmos administrações populares, como tem sido em Fortaleza, Juazeiro do Norte e aqui em Sobral", destacou o parlamentar.

O prefeito Clodoveu Arruda (PT) não pôde participar do plenária por ter agenda previamente marcada com o governador do Estado, Cid Gomes. Prefeito e governador participaram do Governo Itinerante realizado no mesmo dia em Sobral.

José Guimarães declara apoio à candidatura de reeleição de Manoel Santana


Segundo parlamentar, PT irá combater proposta do voto distrital, encabeçada pelo PMDB no Congresso Nacional

Um diálogo amplo e permanente entre o mandato do deputado federal José Guimarães e a população. O vice-presidente do Partido dos Trabalhadores, José Guimarães, levou, na última sexta-feira (06), o debate sobre a Reforma Política em Juazeiro do Norte. O debate, que aconteceu no Teatro Marquise Branca, reuniu em torno de 200 lideranças de todo Cariri.

Durante o encontro, que contou com a presença do secretário de Cidades, Camilo Santana (PT), do prefeito de Juazeiro do Norte, Manoel Santana (PT), e do vice-prefeito, Roberto Celestino, José Guimarães trouxe para perto da população os debates da Câmara. "A reforma política é uma prioridade para consolidação da democracia do Brasil, e não apenas uma tentativa do PT em se beneficiar. Mesmo porque, o PT conseguiu eleger um projeto vencedor com o atual sistema", justificou.

Na Câmara, o Partidos dos Trabalhadores tem defendido o financiamento público e exclusivo das campanhas eleitorais e a lista preordenada, onde o eleitor passaria a escolher os representantes dos cargos proporcionais a partir de uma lista partidária. Além destes pontos, o PT tem argumentado a favor de uma maior participação das mulheres, negros e índios na política e da fidelidade partidária.

“Eu reduziria em duas propostas a pauta do PT para a reforma política, o financiamento público e a lista preordenada: e uma não pode vir sem a outra, senão não teremos partidos fortes e uma campanha mais limpa”, defendeu o vice-líder do governo se posicionando contra a proposta do “distritão”, defendido pelo PMDB. “Fala-se muito mal dos partidos políticos; então, vamos fortalecê-los e exigir que exponham o conteúdo programático de cada um deles para o país, para os estados e para os municípios”, completa.

2012

Sobre a sucessão em Juazeiro do Norte, José Guimarães declarou apoio a candidatura de reeleição do prefeito Manoel Santana. "Você só não busca a reeleição se não quiser, prefeito", defendeu o parlamentar em solidariedade à administração petista.

“Diga aos seus amigos em Brasília, diga aos políticos, que eu venci as eleições em 2008 e vamos vencer, junto com o povo amigo de Juazeiro, em 2012, pois eu sou, sim, candidato à reeleição no ano que vem”, completou Santana, sendo aplaudido fortemente pela plateia.

VIVA FORTALEZA

Por Joaquim Cartaxo

A Agenda Viva Fortaleza - cinco ideias para uma metrópole do século XXI – é uma proposta de debate propositivo na perspectiva de se construir um programa cultural e socioambiental de desenvolvimento de longo prazo para a capital do Ceará, apropriado pela comunidade e operado por um contrato de governança entre instituições públicas, privadas e terceiro setor com metas e objetivos claros.

Estão assim esboçadas, as ideias dessa Agenda:

a) Cidade referência em ecourbanismo que propugna a participação da comunidade na formulação e na deliberação das formas de habitar considerando cultura e natureza nos padrões de uso e ocupação do solo;

b) Cidade jardim que realiza atividades de lazer e entretenimento públicos e aumenta a taxa de área verde urbana a partir de recuperação e conservação ambiental dos recursos hídricos, reforma e ampliação de calçadas, praças e parques urbanos;

c) Cidade criativa gerando oportunidades para todos é uma concepção da UNESCO que considera que as cidades cada vez mais centralizam a indústria criativa e a diversidade cultural. Indústria criativa e diversidade cultural são a cara de Fortaleza expressa na arte de seus humoristas e comediantes, nas suas festas populares como o reveillon e na sua culinária que combina o mar com o sertão;

d) Pacto pela mobilidade urbana voltado à estruturação física e mobilização socioeconômica da cidade para atender o pedestre, o ciclista e o transporte público de passageiros como prioridades absoluta;

e) Sistema de Gestão do Desenvolvimento Urbano que apoia e valoriza atividades avaliando as potencialidades culturais e socioeconômicas presentes e latentes na cidade; explicita os fatores restritivos ao desenvolvimento; fortalece a mobilização dos sujeitos políticos e sociais no sentido de ampliar o alcance dos fatores potenciais e, ao mesmo tempo, superar os que causam restrição ao desenvolvimento com sustentabilidade.


Joaquim Cartaxo é arquiteto e mestre em planejamento urbano e regional. A fotografia foi tirada no dia em que Cartaxo recebeu o título de cidadão fortalezense na Câmara dos Vereadores do município.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

"É hora de fortalecer o PT", defende presidente nacional do PT

Em entrevista, Rui Falcão fala que "PSDB perdeu o rumo" e "DEM está sendo desidratado"

A revista "Isto É" divulga, nesta semana, uma entrevista com o presidente do Diretório Nacional do PT, Rui Falcão. Durante as dezoito perguntas realizadas pelos jornalistas da publicação da editora Abril, Falcão esclaresce a própria eleição para presidência do partido, fala sobre o papel da oposição nas democracias e dispara: "o PSDB perdeu o projeto e o rumo" e "o DEM está sendo desidratado e está surgindo o PSDB".

Segundo Falcão, a candidatura para presidência do partido não teve oposição do presidente de honra do PT, Luis Inácio Lula da Silva, e nem da presidenta Dilma Rousseff. "Ambos já manifestaram apoio e disposição de me ajudar", afirma na entrevista. "Já tive várias reu­niões com o presidente Lula. Ele nos orienta e é um líder que todos os presidentes do PT querem manter como interlocutor", completa reiterando não terem ocorrido "grandes articulações" políticas na escolha do próprio nome para Presidência do PT.

"Havia a expectativa de Dutra ser demovido da ideia de renunciar numa conversa com a Dilma na quarta-feira (27/04). Então, meu nome foi decidido entre a quarta e a sexta-feira", relata. "E sem oposição. Não havia outro candidato", argumenta.

Eleições

Segundo Falcão, entre os planos do partido para 2012, após privilegiar a eleição dos senadores e abrir espaço para aliados, está a ampliação do número de prefeituras, "jogando mais peso no fortalecimento do PT". "Isso significa manter os prefeitos que já temos, procurar ampliar o número de prefeituras que possamos governar e aumentar o número de vereadores", defende falando sobre a "quebra da hegemonia tucana na cidade de São Paulo".

Para ele, a estratégia para 2012 já nasce favorecida pelo atual cenário político, que inclui a alta aprovação do governo da presidenta Dilma, inclusive em setores como "a nova classe média". " O PSDB perdeu o projeto e o rumo. Tem que achar outro. Como houve uma crise mundial das ideias neoliberais, quem professou essas ideias também entrou em crise e ficou sem projeto. O DEM também. Tem uma imagem negativa sucessiva, eles vão mudando de sigla, de roupa, mas a rejeição permanece. O DEM está sendo desidratado e está surgindo o PSD", finalzia.

Leia a entrevista na íntegra no site do PT Nacional.

(com fotografia da revista Isto É)

Estádio Presidente Vargas reabre para jogos


Em reforma desde janeiro de 2010, o Estádio Presidente Vargas (PV) reabriu suas portas na tarde deste domingo (08) com muita emoção. O Novo PV foi o palco para a vitória de 5 a 0 do Ceará sobre o Guarani de Juazeiro. O resultado deu ao time alvinegro o 40° título estadual do time, consagrando-o como campeão do Campeonato Cearense de 2011.

O torcedor pôde conferir de perto os detalhes da modernização da praça esportiva, que ganhou novas lanchonetes, vinte novos banheiros, ambulatórios, alambrado de vidro temperado, câmeras de segurança, modernização dos vestiários e do sistema de irrigação do gramado e a colocação de cadeiras.

Para a Prefeita Luizianne Lins, que foi ao estádio acompanhar de perto a partida, a Prefeitura está entregando um novo parque esportivo para Fortaleza. “O PV tornou-se uma obra prioritária para nós depois que ele foi fortemente condenado pelos laudos técnicos. Agora estamos entregando um novo estádio. Do antigo, só restou a fachada da entrada, que é tombada pelo município e ficou como um ícone histórico”, explicou a Prefeita.

O Presidente Vargas está com suas obras quase concluídas, faltando finalizar apenas a parte destinada à imprensa. Neste primeiro momento, camarotes provisórios abrigaram os profissionais da imprensa. Quando estiver totalmente pronto, o novo PV terá sua capacidade ampliada para pouco mais de vinte mil torcedores e atenderá as exigências de acessibilidade universal da FIFA, CBF e do Estatuto do Torcedor. Na próxima quarta-feira (11), o Estádio recebe novamente o Ceará, que pega o Flamengo em partida válida pela Copa do Brasil.

Campanha educativa

Para que o estádio seja preservado, a Prefeitura investiu em campanhas educativas. Ao longo de todo o jogo, o painel eletrônico, instalado nesta reforma, pedia aos torcedores que conservassem o novo Presidente Vargas. Os jogadores também vestiram a camisa pela preservação do equipamento e entraram em campo com uma faixa que pedia aos torcedores para cuidar do PV.

Segurança e trânsito

Para o primeiro jogo, a Prefeitura montou um esquema especial de segurança e trânsito. A Guarda Municipal disponibilizou um efetivo de 250 servidores, entre agentes de segurança e de defesa civil. Ao todo foram, 220 guardas municipais, 20 agentes de defesa civil e uma equipe da Brigada de Incêndio. A Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC) também preparou um esquema especial para organizar o trânsito do evento. Durante todo o dia, 60 agentes trabalharam no entorno do estádio.

Prefeitos e prefeitas petistas participam de encontro em Brasília


A direção nacional do PT, através da Secretaria Nacional de Assuntos Institucionais (SNAI) e da Comissão Nacional de Prefeitos/as e Vice-Prefeitos/as do partido, promove, nesta segunda-feira (09), um encontro com chefes das prefeituras municipais em Brasília. Segundo a organização do evento, mais de 100 prefeitos e prefeitas do partido já confirmaram presença na reunião que será realizada na sede do Diretório Nacional do PT, entre 18 e 22 horas.

A reunião tem como objetivo debater a intervenção dos prefeitos e prefeitas petistas na XIV Marcha a Brasília de Prefeitos, que ocorrerá entre os dias 10 a 12 de maio. Além disso, busca articular uma proposta que dialogue com os partidos aliados no sentido de garantir uma melhor interlocução nos espaços de discussão.

O encontro será coordenado pelo titular da SNAI, deputado federal Geraldo Magela, atual secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano do Governo do Distro Federal. O ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, e o subsecretário de Assunstos Federativos da Presidência da República, Olavo Noletto, além de demais dirigentes nacionais do PT também devem participar do evento.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Presidente do PT destaca mobilização popular pela reforma política


O presidente nacional do PT, Rui Falcão, reafirmou, na última quinta-feira (05), que uma das prioridades do partido neste ano será garantir um processo de mobilização popular em todo o País para a realização da reforma política e eleitoral. As informações foram dadas em reunião da Bancada do PT para debater a reforma política.

O Diretório Nacional do PT, reunido no último dia (30), em Brasília, aprovou Resolução Política em que destaca as tarefas prioritárias para o partido em 2011, entre elas, a reforma política e reforma tributária. As articulações para a reforma política vão envolver os partidos aliados, movimentos sindicais e sociais e entidades da sociedade civil, com a participação do próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Durante a reunião da bancada, o relator da comissão especial da reforma política, o deputado Henrique Fontana (PT-RS), fez um balanço preliminar dos trabalhos. Segundo ele, um dos pontos consensuados na Comissão Especial da Reforma Política é o financiamento público exclusivo de campanha. Ponto essencial para diminuir a influência do poder econômicos no processo eleitoral.

A previsão é que sea concluído, até o final deste mês, um relatório sobre as atividades da Comissão da Reforma Política.

Mudanças

Uma das mudanças que o PT espera construir com a aprovação da reforma política no Congresso Nacional é uma maior participação das mulheres na política e dos negros e da população indígena. Atualmente, 55% da população brasileira é do gênero feminino, no entanto apenas 8% do Parlamento são de mulheres; quadro que também se reflete, de maneira mais grave, entre indígenas e negros.

Outro ponto defendido pelo Diretório Nacional foi a criação de uma nova cultura política no País, que garanta maior nitidez programática aos partidos, com a inclusão de medidas como a fidelidade partidária. "Um dos compromissos centrais do PT é o fortalecimento dos partidos políticos", completa o vice-presidente do Diretório Nacional do PT, José Guimarães (ver foto). "Não podemos continuar deixando o eleitor sem conhecer qual o conteúdo programático de determinado partido para o país, para os estados e municípios", conclui.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Rui Falcão: “Agora é tudo pelo PT”


Entrevista publicada pelo jornal O Globo
em 03 de Maio de 2011


"Em 2010, foi tudo pela Dilma. Agora, é tudo pelo PT". É dessa forma que o novo presidente do PT, o deputado estadual Rui Falcão (SP), resume a tática partidária para as eleições municipais de 2012. A estratégia e as candidaturas passarão pelo crivo do ex-presidente Lula, admite. Falcão confirma que o PT terá candidato à prefeitura de São Paulo, onde a vitória é vista como "precondição" para romper a hegemonia do PSDB no governo estadual em 2014. A ampliação de prefeituras petistas em todo o país, segundo ele, também ajudará a manter Dilma no Planalto a partir de 2014. Cuidadoso, deixou claro que o PT não irá menosprezar aliados, mas começa desde já o esforço para viabilizar candidaturas próprias.

A eleição do senhor irá apaziguar setores insatisfeitos do PT, que reclamavam de ter caído no "vazio" nos primeiros meses do governo Dilma?

RUI FALCÃO: No primeiro escalão, o PT está muito bem situado, temos os ministérios da Saúde e das Comunicações, que antes não estavam conosco. No segundo escalão, há outros partidos que compõem a base aliada e que têm suas demandas nos estados. É questão de tempo, para o governo analisar e compatibilizar as demandas. O "vazio" que você cita é natural. Foi fruto, por um lado, do momento, de início do governo e, por outro lado, do nosso presidente (José Eduardo Dutra) ter ficado doente e não ter conseguido se engajar mais.

Parte do PT está insatisfeita com a conduta da equipe econômica.

FALCÃO: Neste fim de semana, o diretório aprovou resolução - sem questionamento dos vários grupos representados - dizendo que concorda com a orientação que o governo vem dando à política geral e à política econômica. O combate à inflação não implica em arrochar salários, promover desemprego ou recessão.

A resolução do diretório fala em pressões inflacionárias "propagandísticas". O PT vê uso político da situação?

FALCÃO: Um dos componentes da inflação é a expectativa futura. Ficar batendo que o governo vai perder o combate contra a inflação, ou que a inflação fugirá do controle, gera expectativas negativas. O melhor é ter tranquilidade. No segundo semestre haverá acomodação de preços.

O PT se fortalecerá com Dilma?

FALCÃO: Tínhamos diálogo com Lula e temos com Dilma. Não é porque o presidente não é mais o Lula que o partido vai fazer mais exigências. O PT se fortalece mais se o governo continuar agindo tão bem, porque a popularidade do governo se transfere para o PT.

E a volta de Delúbio Soares não abala a credibilidade?

FALCÃO: O diretório, por 60 votos contra 15, com duas abstenções, autorizou que ele se filie. Vamos esperar um pouco, fazer pesquisas e ver se isso teve repercussão negativa na sociedade, e qual foi a extensão. Nossa decisão não representou qualquer tipo de anistia. Foi uma decisão pautada pelo princípio de que não temos penas perpétuas. Nesses seis anos, ele teve um comportamento compatível com alguém que foi do PT. Isso não apagou os erros que cometeu. E foi punido pelos erros políticos que cometeu, com a pena mais grave do partido, a expulsão.

Ele também é acusado de participar de um esquema de desvio de recursos públicos. Para usar uma frase do Delúbio, acha que o caso já virou uma "piada de salão"?

FALCÃO: Essa avaliação só se pode fazer como fato concreto se o STF vier a condená-lo. Até o momento, ele é réu, tem direito a ampla defesa.

Como é sua relação com a presidente, especialmente devido à turbulência nas eleições?

FALCÃO: Minha relação com ela é muito boa. Não há afastamento nem atrito. Eu a conheci nos anos 70, militamos juntos. Eu participei de toda a campanha, não é verdade que tenha sido alijado. Fiquei até o último dia, participei da posse e recebi um abraço afetuoso dela, celebrando a vitória. E aquela versão da campanha de que eu havia tirado dados de um computador é fantasiosa, não existiu. Estou processando o autor da calúnia, civil e criminalmente.

Como o PT fará para tirar a reforma política do papel?

FALCÃO: Caminhamos para a possibilidade de votar a reforma, ainda que não tenha a amplitude que o PT pretende. O financiamento público de campanha tem consenso em quase todos os partidos. O voto em lista vai mobilizar a sociedade.

Por quê?

FALCÃO: A lista é a única maneira de permitir uma maior representação das mulheres e das etnias. Hoje existe um sub-representação flagrante desses setores, mesmo com exigências de 30% nas chapas. Essa possibilidade vai aumentar o interesse das entidades e das mulheres, que são formadoras de opinião.

A população confiará aos partidos a tarefa de montar as listas? Não é cheque em branco?

FALCÃO: Mas hoje temos as listas dos banqueiros e empreiteiros, das quais a sociedade não participa. Há dominância desses setores na composição do parlamento. O representante deve ser devedor do representado. Mas acaba sendo devedor do financiador. Esse é problema.

A criação do PSD muda o cenário político nacional e paulista. Como o PT analisa esse quadro?

FALCÃO: Vários futuros integrantes do PSD declaram que querem compor com a base da Dilma. Se for assim, é positivo, amplia nossa base no Congresso. Mas o fundador disse que apoiaria o ex-governador Serra em São Paulo. Isso pode ensejar movimentos futuros nos quais o partido, mesmo dando sustentação no Congresso, pode ter um caminho eleitoral que o coloca na oposição. O PSD agora não é nada, nem partido é ainda.

Em São Paulo, um dos últimos "bastiões" do PSDB, como o PT vai se organizar?

FALCÃO: Já há um movimento estadual e municipal. Quanto antes o PT definir a tática e arregimentar alianças, maiores as chances de sucessos em 2012. E o sucesso em 2012 é precondição para, em 2014, tentar quebrar a supremacia tucana no governo estadual. Na definição da tática, os companheiros vão avaliar que, em 2010, foi tudo pela eleição da Dilma. Era a tática correta, também para aumentar nossa força no Senado e dar maior sustentação a ela. Agora, é tudo pelo PT, fortalecer o PT. O que não significa desprezar aliados. A orientação geral deverá ser a de fortalecer o PT nas eleições de 2012, para criar condições de reeleger a Dilma em 2014 e conquistar novos espaços.

A decisão passa pelo Lula?

FALCÃO: Para todas as decisões do PT, devemos ouvir a opinião do presidente Lula.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Moção de Solidariedade à Prefeita Luizianne Lins e sua gestão democrática e popular


Do Diretório Nacional do PT

Contra a prefeita de Fortaleza e presidenta do PT/Ce, Luizianne Lins , está sendo desenvolvida uma campanha ferrenha contra sua gestão combinada com ataques de natureza pessoal com o objetivo de desconstituir sua imagem pública.

Campanha que alcançou uma dimensão nacional buscando constituir um senso comum de que a capital do Ceará vive um caos administrativo e urbano, bem como que o PT não sabe governar a cidade.

Os ataques à pessoa da prefeita Luizianne objetivam tentar eliminá-la de sua posição de maior liderança popular de esquerda do Ceará, alcançada a partir de seus combativos mandatos de vereadora, deputada e prefeita em que sempre priorizou a defesa dos setores mais pobres e excluídos da sociedade.

Para as forças conservadores – à esquerda e à direita – a prefeita Luizianne incomoda política e ideologicamente. Farão de tudo para impedir que ela eleja seu sucessor e, não toleram a hipótese de que ela possa vir a disputar o governo do estado em 2014; o que é uma opção competitiva e com forte apoio do PT.

Causa furor a essas forças, o PT administrar, por dois mandatos consecutivos, o principal polo irradiador da geopolítica estadual em que se destaca sua posição de terceira metrópole do país em influência, segundo o IBGE; o fato de congregar 1/3 da população total do estado e o maior colégio eleitoral; de concentrar 65% do Produto Interno Bruto (PIB) e consequentemente ser o maior centro econômico, financeiro e gerador de emprego do estado.

Esses aspectos socioeconômicos marcam a centralidade de Fortaleza e revelam que um projeto para o Ceará necessariamente passa por um projeto para Fortaleza.

Diante do exposto, o Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores declara seu apoio político e plena solidariedade à prefeita Luizianne Lins e sua gestão democrática e popular de Fortaleza.

Brasília, 30 de abril de 2011.