quarta-feira, 2 de março de 2016

Eleições 2016: Modo Petista de governar será destaque

As eleições municipais deste ano serão uma oportunidade para os militantes, apoiadores e candidatos do Partido dos Trabalhadores reafirmarem a confiança na mudança iniciada pelo ex-presidente Lula e no governo da presidenta Dilma. Este é o teor da resolução política aprovada pelo Diretório Nacional da legenda na última sexta-feira (26), um dia antes da comemoração dos 36 anos do partido político.

“É imprescindível imprimir às campanhas um sentido de militância e mobilização. Inclusive porque urge fazer recuar a ofensiva de ódio e intolerância desfechada contra nós pela direita, pela mídia monopolizada, pelo poder econômico”, afirma o documento.

Além de ressaltar a transformação ocorrida em cada município, o partido recomenda um “diagnóstico preciso dos problemas locais” e a construção de “programas de governo em diálogo com os movimentos sociais organizados e com os partidos” do campo democrático-popular. “A tática eleitoral visa ampliar a bancada de parlamentares; conquistar cidades estratégicas, reconquistar as que antes administramos e manter as que governamos”, informa.

Para o vice-presidente nacional da legenda, o deputado José Guimarães, “o que está em jogo são os 36 anos de história do PT”, afirma citando a experiência exitosa de orçamento participativo em Icapuí, um dos primeiros municipios brasileiros a receber uma administração petista.

“A elite está empenhada em nos derrotar. Eles querem criminalizar o PT de qualquer maneira, porque sabem do papel importante que o Lula terá nas próximas eleições municipais. E, se saímos fortalecidos nesse ano, será um passo em direção a mais uma vitória em 2018”, reforça.

PT lança documento em defesa da democracia

O Partido dos Trabalhadores lanço, após reunião do Diretório Nacional, realizada no Rio de Janeiro, o documento “Em Defesa da Democracia”. O texto, proposto pelo presidente nacional do partido, Rui Falcão, também reforça a importância de defender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“O ataque a Lula é um ataque a determinado projeto de Nação, a todo projeto de Nação que se assente na busca de justiça, liberdade, igualdade, inclusão e participação de todos”, diz o texto.

“O ataque a Lula é uma confissão maior, pelas elites golpistas, de que conseguirão impor o retorno de uma dominação excludente através de qualquer disputa que seja pautada pelo respeito às regras do jogo democrático”, completa o documento.

O partido também divulgou um texto com propostas econômicas para um “Programa Nacional de Emergência”, um documento em defesa da Petrobras e a resolução sobre as eleições deste ano.

No texto em defesa da democracia, o PT ressalta ser importante articular novas mobilizações que sejam “capazes de neutralizar o ódio das elites” e relembra ataques contra a trajetória vitoriosa do partido, ao longo dos últimos anos.

“Tão extremada e raivosa é a ofensiva atual, que a própria democracia brasileira está em risco”, afirma o documento.

Lula: “Podem estar certos. Se necessário for, sou candidato em 2018"

“Eles pensam que vão me tirar da luta. Se quiserem me derrubar, vão ter que me enfrentar na rua. Podem estar certos de uma coisa, se for necessário eu estarei com 72 anos, com tesão de 30, para ser candidato”, garantiu o ex-presidente Lula no último sábado (27) sobre uma eventual candidatura dele em 2018. Durante a comemoração dos 36 anos do Partido dos Trabalhadores, no Rio de Janeiro, Lula soltou o verbo e aproveitou o momento para desferir duras críticas à mídia partidarizada e ao Judiciário brasileiro.

“Eles pensam que fazendo essa perseguição vão me tirar da luta. Eles não conhecem o que é o PT”, reforçou o ex-presidente num tom de crítica ao noticiário diário contra a própria imagem pessoal. “Não imaginava que uma parte do MP era subordinado a uma parte da imprensa”.

“Sou acusado de ter um apartamento, um tríplex. Eu quero saber como é que vai ficar essa história. Digo que não é meu, a empresa diz que não é meu, mas um cidadão que obedece à Globo e a Rede Globo dizem que o triplex é meu”, cobrou uma explicação. “A Globo fala tanto de democracia e intimou os blogueiros a tirarem as notícias [da mansão] dos Marinho em Paraty”, ironizou.

“Quando terminar esse processo eles vão ter que me dar um apartamento e uma chácara, porque estão todo santo dia tentando levar a um desgaste moral”, disparou.

Militância unida

Ao som de “olê, olê, olá, Lula”, o ex-presidente reafirmou a força do Partido dos Trabalhadores e defendeu o governo da presidenta Dilma. “Por mais que tenhamos divergências, esse governo é nosso e nós temos responsabilidade de fazer dar certo, de ajudar, de discutir, de compartilhar saída para os problemas”, disse.

“Um partido não tem que concordar com tudo que o governo faz e um governo não tem que fazer tudo que um partido quer. Estamos juntos”, completou o ex-presidente.

“Se eles quiserem voltar ao poder vão ter que aprender a ser democráticos, a disputar eleições e a acatar o resultado”, concluiu.