segunda-feira, 12 de agosto de 2013

De Assis Diniz inscreve chapa que disputa eleição interna do PT no Ceará

O ex-presidente da CUT, De Assis Diniz, inscreveu a chapa “Partido que muda o Brasil e também o Ceará” na noite desta segunda-feira (12). A chapa que disputa a presidência estadual do PT conta com o apoio do Campo Democrático, Movimento PT e Militância Petista.

Em 10 de novembro deste ano, o Partido dos Trabalhadores realiza o Processo de Eleição Direta (PED 2013), que promove a renovação dos diretórios zonais, municipais, estaduais e nacional em todo Brasil. Dentre as novidades está a paridade entre homens e mulheres e as cotas de juventude (20%) e étnica e racial.

Dentre as propostas apresentadas por Diniz estão a interiorização e a regionalização do diretório do PT Ceará, a realização de plenárias municipais pelo menos uma vez a cada semestre, a retomada da formação política e acompanhamento a partir de uma gestão presencial junto aos diretórios municipais e setoriais.

“Queremos construir um arco forte de alianças políticas que garantam à reeleição da presidente Dilma Rousseff e a nossa presença na chapa majoritária nas eleições estaduais do próximo ano”, declara Diniz.

Cidade e mobilidade

por Joaquim Cartaxo
Sob o prisma das atividades, o território urbano se divide em centro antigo, onde nasce a cidade, lugar com alto valor histórico-cultural; áreas de centralidade que concentram atividades típicas do centro, sem o atributo de lugar onde a cidade nasceu; áreas não-centrais, despossuídas das características das outras duas áreas em que predomina o uso residencial.
Devido à natureza de concentrarem atividades socioeconômicas, centro e áreas de centralidade se constituem como polos ou corredores de atração de fluxos e pessoas. À medida que a cidade cresce, novas áreas de centralidade surgem e, consequentemente, os deslocamentos casa-trabalho-lazer e vice-versa.
As raízes da crise da mobilidade urbana que aflige as metrópoles, por exemplo, encontram-se na inadequada distribuição de pessoas e atividades no solo urbano; a descabida distribuição das funções urbanas lazer, trabalho e moradia produz agonia nas pessoas ao circularem em busca de atendimento aos seus interesses e necessidades de deslocamento.
Quando predomina para esse deslocamento o transporte individual em detrimento do transporte público, associado ao aumento de emprego que gera mais usuários permanentes do transporte de passageiros, a tendência é aprofundamento da crise. Mais vias, mais viadutos são paliativos diante dos efeitos da crise da mobilidade urbana, produzida pela privatização da via pública pelo transporte particular.
É insustentável um sistema de cidades em que metade dos brasileiros adultos usa transporte particular para se deslocar, segundo a Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbanos (NTU). Uso com tendência de crescimento.
Conforto e segurança no deslocamento das pessoas é garantia de direito à cidade. Fazer valê-lo requer esforço continuado dos governos federal, estadual, municipal e da sociedade no curto, médio e longo prazo que pactue questões políticas, técnicas, ambientais e culturais.
Joaquim Cartaxo é arquiteto urbanista e vice-presidente estadual do PT Ceará

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Os intelectuais e a esfera pública

por Emir Sader

O governo Lula surpreendeu aos intelectuais, que ficaram desarmados sobre como reagir. Estavam despreparados para encarar um governo que se propunha a enfrentar a herança neoliberal nas condições realmente existentes.

A primeira atitude foi a mais tradicional nos intelectuais de esquerda: a deníncia de “traição” do Lula, que haveria herdado e mantido o governo neoliberal de FHC e seu programa. A nomeação da equipe econômica seria a prova irrefutável do crime.


Essa concepção foi adotada desde um primeiro momento pelos intelectuais da ultra esquerda, com seus esquemas pré-fabricados de que todo partido “social democrata”, quando chega ao governo, “trai” a classe trabalhadora e se assume como governo “burguês”, de direita, que apenas administra a crise capitalista, enganando a classe trabalhadora. Só viram no governo Lula a “confirmação” do que sempre – eles e seus antepassados políticos – previam.


A eles se juntaram os que acompanhavam, com bastante desconfiança, a vitória do PT e, diante da primeira circunstância, se distanciaram, com denúncias similares às mencionadas acima, sem nenhuma criatividade. O PT teria se aburguesado, se distanciado de suas bases tradicionais, se adequado à herança recebida e fazia um governo de continuidade com o governo de FHC. Houve até mesmo economistas que tentaram provar que não teria existido sequer “herança maldita” que demandasse políticas específicas para herdá-las, que tudo eram mentiras do governo Lula para justificar medidas econômicas conservadoras.


Na crise de 2005, intelectuais da extrema esquerda aderiram ao coro de denúncias da direita contra o governo Lula. Abandonaram qualquer crítica à política econômica e se centraram em que a “traição” teria ganhado contornos morais, com a corrupção grassando em todo o governo Lula.


Perderam o norte do mundo contemporâneo, em que o capitalismo assumiu o modelo neoliberal, que busca a mercantilização de tudo. Se somaram ao liberalismo, na sua crítica ao Estado, de que as denúncias de corrupção são um capítulo.


Terminaram fazendo da crítica ao governo Lula e ao PT seu objetivo fundamental, aliados à direita – em particular a seus espaços midiáticos – e terminando grotescamente, assim, sua trajetória intelectual.
Seguem nesse lugar, sem revelar nenhuma capacidade de análise e compreensão do Brasil e da América Latina contemporâneas, com o que não captam a natureza e o estado atual da luta pela superação do modelo neoliberal.


Os intelectuais de direita, que se haviam reanimado com os governos Collor, Itamar e FHC, revigorados pelo fim da URSS e, com ela, o fracasso do Estado, se mobilizaram no apoio às versões brasileiras do projeto neoliberal, de forma eufórica. Conseguiam retomar a ofensiva diante da esquerda, com um projeto que se pretendia “modernizador” e desqualificava a esquerda como pré-histórica.


Uniram-se intelectuais tradicionais da direita – vários deles que haviam estado com a ditadura –, mais intelectuais tucanos e economistas acadêmicos, em torno da liderança de FHC. Tiveram o gosto de derrotar o Lula e o PT duas vezes, pretendiam ter chegado ao poder por 20 anos e ter derrotado de vez a esquerda.
Naufragaram com o fracasso do governo FHC. Nem foram capazes de fazer um balanço da experiência desse governo e diagnosticar a derrota do candidato de continuísmo – que, na própria distância em relação ao governo de FHC, confessava sua derrota.


A intelectualidade de esquerda que não se rendeu à fácil versão da “traição” do governo Lula manteve seu apoio ao governo e ao PT, mas em geral sem teorizar as razões desse apoio. Haviam ficado na defensiva diante dos caminhos inesperados adotados pelo governo Lula e as acusações de corrupção levantadas contra ele. Se passava a uma situação claramente de defensiva diante da ofensiva da direita e da ultra esquerda.


Foi o enfrentamento dessa crise pelo governo Lula e a vitória eleitoral de 2006 – que revelava as novas bases populares que as políticas sociais tinham conquistado para o governo e para a esquerda – que projetaram uma nova imagem do governo. A ideia de que, pela primeira vez, mesmo se por caminhos inesperados e até mesmo reprovados pela esquerda – como os elementos conservadores da política econômica –, a fisionomia social do país tinha mudado, de forma significativa, e pela primeira vez a esquerda tinha uma base realmente popular, voltou a sensibilizar a setores da intelectualidade da esquerda. 


O apoio ao governo veio, sobretudo, das conquistas sociais dos setores populares e, em menor medida, da política externa soberana do governo. A confiança na figura do Lula comandou essa retomada de apoio dos intelectuais de esquerda ao governo.


Mas sem ainda teorizar as razões do sucesso do governo. É esse processo que precisa ser dinamizado, para retomar uma interação entre o pensamento crítico e os governos do PT, que tinha sido deixada de lado. O pensamento social necessita rearticular-se com os processos políticos contemporâneos – o brasileiro e o latino-americano – e os governos e os partidos de esquerda precisam da oxigenação do pensamento crítico.
Essa retomada deve se centrar no balanço da luta pela superação do modelo neoliberal e nos traços fundamentais de uma sociedade fundada na esfera pública, na universalização dos direitos, na democratização radical da economia, da política e da vida cultural.


Emir Sader é socíologo e escreve para revista Carta Capital

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Guimarães defende “choque” para que PT cearense volte a funcionar



O líder do PT na Câmara, deputado José Guimarães (CE), defendeu um “choque” na atual gestão à frente do diretório estadual do PT para que o partido volte a funcionar no Ceará. Durante a Plenária do Campo Democrático da Região Norte, a décima somente neste ano, Guimarães cobrou atendimento para que as demandas dos diretórios municipais e dos militantes sejam atendidas.

“Não basta ficar só em Fortaleza, tem que percorrer todo o Estado e ouvir o que a nossa militância pede. Existem as requisições de Fortaleza, é bem verdade, mas precisamos é de um diretório estadual forte e presente em todo Ceará”, discursou.

O Campo Democrático, tendência interna do PT cearense encabeçada por Guimarães, vem defendendo a pré-candidatura de De Assis Diniz para presidência estadual do partido. Além do apoio do líder do PT, os deputados José Airton Cirilo e Ilário Marques já manifestaram o apoio à candidatura do ex-presidente da CUT-Ceará.

Diniz vem defendendo a pré-candidatura afirmando que se dedicará integralmente à função logo que tome posse e, por isso mesmo, não irá postular candidatura no próximo ano. A campanha em defesa do nome dele ainda promete indicar 1/3 dos membros dos diretórios formada por filiados do interior, regionalização da legenda, obrigatoriedade de reuniões semestrais dos diretórios municipais e formação política.

“O cuidar do PT vai muito mais além do que o zelo com os nossos objetivos programáticos nacionalmente e aqui no Ceará. O PT é uma sigla que significa muito para o nosso povo e para nossa militância. Por isso mesmo, tenham certeza, assim como ajudei a expandir a CUT em todo Estado, não estarei presente apenas para divulgar a nossa candidatura, mas para bater nas costas de todos vocês e cobrar a presença da nossa militância em todas plenárias regionais”, declarou De Assis.
 
O Processo de Eleição Direta deste ano (PED 2013), a eleição interna do PT nos âmbitos nacional, estaduais, municipais e zonais, acontece no dia 10 de novembro. Está marcada para agosto a inscrição das chapas que concorrem à presidência do PT Ceará e posse da nova diretoria do PT está prevista para acontecer no dia 10 de dezembro.

Governo precisa dar velocidade à consolidação de políticas públicas



Líder do PT na Câmara Federal afirma que elites pretendem apagar legado dos 10 anos de governo democrático e popular

O líder do PT na Câmara, deputado José Guimarães (CE), afirmou que o governo da presidente Dilma Rousseff precisa dar velocidade às políticas públicas iniciadas pelo governo do ex-presidente Lula. Durante a Plenária do Campo Democrático, tendência interna do PT cearense, da Região Norte, Guimarães lembrou que as elites tentam apagar o legado dos 10 anos de governo petista na Presidência da República e disse que é hora de “revolucionar” ações em Educação, Saúde, Mobilidade Urbana e Segurança.

“As pessoas aprenderam a lutar pelos seus direitos com a esquerda e, se não resolvermos os problemas nesses setores, não conseguiremos dar prosseguimento ao nosso projeto vitorioso que já ganhou, inclusive, destaque internacional”, comentou.

Na avaliação do deputado, a chamada Jornada de Junho, quando milhões de brasileiros foram às ruas reivindicar melhorias nos serviços públicos e lutar contra a corrupção, deu um recado claro aos partidos políticos. “Ou o PT muda, ou não conseguirá dar continuidade ao ciclo político iniciado por nós mesmos”, cobrou.

“Quem foi para rua não foi contra a presidente Dilma, foi em defesa do Brasil. Foi contra a política tradicional e prova disso é que, não apenas a Dilma, mas todos governadores e prefeitos sofreram baixa nas pesquisas de opinião”, avaliou.

Guimarães citou, como resposta às vozes das ruas, o programa Mais Médicos que, além de investir em infraestrutura na rede de atendimento básico do SUS, vai contratar médicos brasileiros e estrangeiros para garantir saúde aos brasileiros que vivem nas periferias das grandes cidades e no interior do Brasil. A contratação de médicos estrangeiros, garantiu Guimarães, só se dará no caso dos médicos do país não demonstrarem interesse na abertura de vagas que pagam salário de até R$ 10 mil para atender a população.

O líder ainda cobrou a aprovação da proposta que destina os royalties do petróleo para área da Educação como investimento estratégico nas gerações futuras. “Já somos uma grande nação, internacionalmente falando, agora precisamos dar velocidade às mudanças e garantir que as políticas públicas sejam permanentes”, concluiu.

Deputado Guimarães: Sou candidato ao melhor palanque para Dilma em 2014



O líder do PT na Câmara, deputado José Guimarães (CE), falou sobre as pretensões dele nas eleições do próximo ano durante a Plenária do Campo Democrático da Região Norte, em Sobral. Ao comentar o pedido do Campo Democrático, tendência interna do PT cearense, para que se candidate ao Senado Federal, Guimarães disse não descartar a ideia, desde que a postulação não prejudique a aliança que pode garantir uma ampla votação à presidente Dilma Rousseff no Ceará.

“Sou candidato a construir o melhor palanque da Dilma em 2014. Vamos fazer uma grande força-tarefa para manter PT, PMDB e PSB unidos na reeleição da nossa presidente, com amplo apoio dos cearenses. O papel de cada uma dessas forças nessa disputa é secundário”, comentou.

Guimarães esteve reunido com o governador Cid Gomes e tratou das recentes movimentações políticas durante a semana em que foi apresentada a pesquisa Ibope do Ceará. Segundo informou, a postulação de Eunício Oliveira ao governo estadual é acompanhada pelo Palácio da Abolição que prefere discutir a sucessão no início do próximo ano.

“O PT não precisa pedir licença para lançar candidatura a esse ou aquele cargo e é natural que cada partido lance seu nome, porque PMDB e PSB também querem ter candidato [ao governo estadual]. O que não pode acontecer é deixarmos naufragar o nosso projeto político nacional, ou faz algum sentido elegermos o próximo governador e não reelegermos a Dilma?”, questionou.

O líder admitiu que o partido vai precisar ceder em alguns Estados para não criar uma crise entre os aliados do governo da presidente Dilma e afirmou que a presença do PT no Congresso Nacional, que já conta com a maior bancada na Câmara Federal, com 90 deputados federais, já assusta algumas lideranças. 

Atualmente, o PMDB possui a maior bancada no Senado Federal, com 20 senadores, contra 12 do PT.
Na avaliação dele, as recentes manifestações em todo País não colocaram em cheque a reeleição da presidente Dilma Rousseff no próximo ano e, sim, a própria política brasileira atual, fato verificado durante a tentativa de invasão do Congresso Nacional por parte dos manifestantes. Daí apontar que a reforma política através do plebiscito ser a melhor maneira, junto à consolidação de políticas públicas, como a melhor saída para dar resposta às vozes das ruas.

“Eu não estou preocupado se a Dilma tem 30% ou 40% de aprovação em pesquisa. O que é importante saber é se estamos atendendo as reivindicações das ruas”, comentou. Na opinião do líder, a extensão do apoio da população à presidente poderá ser melhor avaliado no início do próximo ano.

Veveu Arruda quer De Assis Diniz na presidência do PT Ceará



O prefeito de Sobral, Clodoveu Arruda, é um dos que declara apoio à candidatura de De Assis Diniz à presidência do diretório estadual do PT cearense. Ontem à noite (01), em Sobral, ao participar da Plenária do Campo Democrático, tendência interna do partido liderada pelo deputado José Guimarães (CE), Veveu sentenciou o apoio da pré-candidatura de Diniz, que quer tornar o PT mais próximo do interior, e disse que irá trabalhar para garantir 80% dos votos dos filiados sobralenses.

“Precisamos conseguir dar a maior votação possível no PED [Processo de Eleição Direta] ao nosso candidato, e não só garantirmos a vitória. Uma maior margem de votos a favor do De Assis vai ser importante neste momento em que o PT se prepara para as eleições do próximo ano e para darmos resposta a esse momento em que os partidos políticos passam por intensa transformação”, disse.  

Além do líder do PT na Câmara, deputado Guimarães, também apoiam a postulação de De Assis Diniz à presidência do PT Ceará os deputados José Airton Cirilo e Ilário Marques. A favor da própria candidatura, Diniz promete se dedicar exclusivamente ao diretório estadual, abandonando a presidência do IDT assim que tomar posse no PT estadual, e diz que não será candidato a nenhum cargo em 2014.

A eleição interna petista acontece no dia 10 de novembro deste ano e a posse um mês depois. Além de eleger o presidente estadual da sigla, os filiados do PT poderão reeleger o atual presidente nacional do partido, deputado Rui Falcão (SP), e eleger os novos presidentes municipais e zonais do PT.