Por Joaquim Cartaxo
Os impérios predominaram no século XIX, as nações hegemonizaram o
século XX e o século XXI é das cidades. Em 1800 – 3% da população
mundial vivia em cidades e até 2030 se prevê que 60% da população
mundial será urbana, algo em torno de 5 bilhões de pessoas. Neste quadro
demográfico, grife-se que as cidades representam 2/3 do consumo mundial
de energia e 75% da produção de resíduos; nos países em
desenvolvimento, as metrópoles estão marcadas pela perversa desigualdade
na distribuição de renda e oportunidades socioeconômicas, por outro
lado, são o locus da diversidade econômica, ideológica, religiosa e
cultural.
Indicadores mundiais apontam que as megacidades de
países em desenvolvimento sofrerão processos progressivos de
precarização de condições de vida para a maioria da população.
Entretanto, as pessoas continuarão migrando para as cidades pois
encontram nelas as oportunidades propícias para melhorar de vida, mesmo
com as dificuldades de se viver no meio urbano.
Estudiosos
como Paul Kurgman defendem o crescimento das cidades como modelo
econômico do desenvolvimento, explicando e justificando que as
transformações expressivas acontecem e se realizarão nas megacidades
gerando demandas em larga escala por moradia, serviços públicos,
transportes, cultura, lazer, matérias-primas, produtos, empregos.
Associa-se
a isso o fato das sociedades, ao mesmo tempo que se tornam cada vez
mais inteligentes, ágeis, digitais e virtuais, as cidades nunca foram
tão atrativas proporcionando encontro físico das pessoas. Quanto a isso,
Carlos Leite em seu livro Cidade sustentáveis, cidades inteligentes –
desenvolvimento sustentável num planeta urbano argumenta que “quanto
mais avançam as inovações de tecnologia de informação e conexões a
distancia, mais as cidades ganham atratividade. Veremos que uma reforça a
outra e que a interação física no território gera inovação como nunca
antes.”
Joaquim Cartaxo é vice-presidente estadual do PT Ceará e arquiteto.
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