Por
Joaquim Cartaxo
A
análise do Processo de Eleição Direta (PED) deve apontar todas suas dimensões,
sob o risco da parte querer substituir o todo. Portanto, evidencie-se que nesse
processo os filiados do PT votam separadamente em candidato a presidente e na
chapa, a qual apresenta tese que propõe ações para conjuntura política e
organização partidária, bem como apresenta nomes dos candidatos que comporão os
diretórios municipal, estadual, nacional e delegados ao V Congresso Nacional do
partido.
Por
exemplo, assinei a tese O PARTIDO QUE MUDA O BRASIL E O CEARÁ que apresenta a
continuidade da aliança com o Governo do Estado (PROS), PMDB, PCdoB e demais
partidos que compõe a base aliada do governo federal como a tática política e
eleitoral mais adequada para contribuir com a reeleição da presidenta Dilma,
ampliar as bancadas do PT no Senado, na Câmara Federal e realizar as reformas
política, urbana, tributária, agrária, dentre outras, aprofundando o projeto
democrático e popular que há dez anos transforma o Brasil, já incluiu 40
milhões de pessoas ao mercado de consumo de massa e gerou mais de 20 milhões de
empregos.
Assim
sendo, o filiado-eleitor pôde votar em um candidato a presidente que foi
apoiado por determinada chapa e votar em outra chapa que defendeu outro
candidato a presidente; um candidato a presidente municipal vota em um
candidato a presidente nacional que não foi patrocinado pela chapa que o apoia
localmente.
Dentro
do conjunto de variantes do PED, o caso Elmano de Freitas é emblemático: ele
votou em Rui Falcão, meu candidato a presidente nacional do PT que também
defende a manutenção da aliança com o Governo do Estado; por outro lado, votou
para presidente estadual no candidato da Luizianne, vereador Guilherme Sampaio.
Elmano, Guilherme, Luizianne e suas respectivas chapas defenderam o rompimento
dessa aliança.
Entre
acordos mal ditos, chantagens de ocasião, casos sem solução, chegou-se ao
resultado do PED/Fortaleza: nossa chapa que propôs a manutenção da aliança com
o Governo do Estado obteve a maioria dos votos e Elmano que é contra essa
aliança, foi eleito presidente. O diretório da capital cearense tomará posse
com essa contradição insuperável: pôr em prática a continuidade dessa aliança
com um presidente que defende com unhas e dentes o rompimento da mesma.
Por
último, grife-se que a tese da candidatura própria do PT para o Governo do
Estado foi derrotada no PED; na capital e no interior.
Esta
posição só poderá ser revista ou referendada no próximo encontro estadual, em
2014. Até lá, vale a decisão do PED. Preservado o direito de opinião, espera-se
que as lideranças respeitem a deliberação da grande maioria dos filiados.
Joaquim Cartaxo é secretário de formação do PT Ceará e arquiteto.
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