segunda-feira, 22 de abril de 2013

Legítima opção da Petrobras

por José Guimarães

Os mesmos que queriam mudar o nome de Petrobras para Petrobrax durante o governo FHC (1995-2002), tentando apagar parte de nossa história, hoje investem novamente numa campanha antinacional contra a empresa. Com o governo do PT, a partir de 2003, a estatal se fortaleceu e transformou-se num gigante do setor de energia no cenário internacional. O feito contraria os dogmas da cartilha neoliberal e açula a oposição, que difunde distorções que não se sustentam na realidade dos números.

Nos últimos dez anos, a empresa ganhou musculatura. Voltou, por exemplo, a investir na construção de refinarias - Comperj (RJ), Abreu e Lima (PE), Premium I (MA) e Premium II (CE) -, fato que não ocorria desde a década de 1980.

O recém-anunciado Plano de Negócios da Petrobras mostra solidez da empresa e é uma ducha de água fria na campanha difamatória da oposição. Até 2017, serão investidos US$ 236,7 bilhões. A consistência do plano atesta que o PSDB e seus aliados na política e na mídia perderam a noção de realidade. Os investimentos superam os do plano anterior (2012-2016), de US$ 236,5 bilhões, contemplando a meta de elevar a produção nacional de petróleo de dois milhões de barris diários em 2012 para até 4,2 milhões, em 2020.

Há uma espetacular diferença em relação aos tempos de FHC. Mesmo com a queda momentânea de suas ações em bolsa de valores (em processo de recuperação), a Petrobras vale hoje entre 7 e 8 vezes mais do que em 2002. No período, o valor da empresa saltou de US$ 15,5 bilhões para US$ 126 bilhões; o lucro foi de R$ 8,1 bilhões para R$ 21,2 bilhões; os investimentos, de R$ 18,9 bilhões para R$ 84,1 bilhões, um vultoso crescimento de 446%. O número de empregados da empresa saltou de 46,6 mil para 84,7 mil.


A exploração de petróleo no pré-sal, descoberto em 2006, tem superado as expectativas e já responde por 15% da produção da companhia, enquanto os prazos usuais de implantação de projetos similares chegam a 10 anos na indústria mundial. Foi atingida a marca de 300 mil barris/ dia. No Golfo do México, para a mesma marca, necessitou-se de 17 anos.

A política de conteúdo local da Petrobras, nos últimos dez anos, é motivo de orgulho. Hoje praticamente tudo é desenvolvido no Brasil - reafirmando a indústria e estimulando o desenvolvimento da economia nacional e a geração de empregos aqui, não no exterior.

Hoje, a Petrobras é a empresa da América Latina mais bem colocada no ranking das cem marcas mais valiosas do mundo, segundo a agência americana de pesquisa de marketing Millward Brown. O valor da marca alcançou, em 2011, US$ 13,4 bilhões, contra os US$ 285 milhões de 2003. Ou seja, um aumento de 47 vezes no valor da marca.

Os tucanos fazem mise-en-scène com o queixume dos rentistas, que reclamam do lucro da Petrobras em 2012, mesmo tendo sido um dos maiores da história da empresa. Se é legítimo que estes queiram mais, é igualmente legítima a opção da empresa de garantir caixa para continuar os investimentos vitais para a economia brasileira.

As diferenças entre a Petrobras de hoje - gigante e vigorosa, patrimônio e orgulho nacional - e o projeto de versão barateada, fatiada e entregue ao capital estrangeiro, sonho dos tucanos, são abissais. Nenhuma campanha oposicionista irá mudar a imagem da empresa diante dos seus proprietários, o povo brasileiro.

José Guimarães PT-CE é deputado federal e líder do partido na Câmara

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