quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Venceu a Política! Venceu o PT!

Findo o 3º Congresso do PT, abriu-se a guerra pelas versões. Alimentados pela mesma imprensa de sempre, surgem perguntas sobre quem ganhou, quem perdeu, quem foi mais esperto e quem foi mais malandro. A todas essas perguntas, uma só resposta: venceu o PT. Venceu a política.No plenário do congresso havia montões e montinhos de delegados, todos agrupados conforme suas teses e projetos de resoluções. Havia, também, o interesse de não fazer do PT refém de interesses corporativos. Havia, visivelmente, a disposição de promover o diálogo ao invés de impor derrotas.De posse de um mapa antigo e de uma bússola quebrada, alguns tentam vender a imagem de vencedores e derrotados. Tentam vender as falácias que conseguem produzir. Não percebem os apressados que o interesse pela construção coletiva venceu a disposição pelo uso dos tratores. Como bem lembrou um dirigente do PT, neste congresso, os tratores ficaram desligados. Essa foi a grande vitória. Isso é o que todos sempre pediram. Era preciso consolidar os canais de diálogo entre as correntes do PT e evitar que surgissem blocos que negassem o direito da fala às minorias. No primeiro dia do congresso, quando algumas correntes tentaram fazer um bloco para derrotar a tese "Construindo um novo Brasil", foram derrotados dramaticamente: não pela CNB, nem pela Mensagem ao Partido ou pela Democracia pra Valer, que não aderiram ao bloco, mas pela consciência política do plenário que optou pela coerência ao eleger como texto-base para o tema "PT - Concepção e funcionamento" um documento completo que dialogava com o conjunto de suas preocupações. Venceu o documento da "Construindo um novo Brasil" pelo seu conteúdo político, não pela aritmética que lhe dava maioria de delegados. A antecipação do PED para o final do ano demonstra bem isso, assim como a produção de um acordo que confere à próxima direção um mandato de dois anos sem a necessidade de um enfrentamento fratricida em plenário. Os tratores na garagem são expressão da maturidade que o momento exige.O mesmo raciocínio vale para outros tantos temas. Em muitos deles, houve a necessidade do enfrentamento em plenário, como a respeito da descriminalização do aborto, da formação e da Reforma Política. Em outros, não foi preciso. Conforme já havia sido aprovado no 2º Congresso e não elaborado, determinamos ao Diretório Nacional (DN) criar um Código de Ética do PT, mas rejeitamos a idéia de uma corregedoria. Reafirmamos a estrutura dos setoriais, mas negamos o direito a voto a seus secretários. Engajamo-nos no plebiscito sobre a Vale do Rio doce, mas negamos nosso apoio à sua reestatização.E assim foi feito o congresso. De votações e acordos. Esse é o novo momento do PT. Uma etapa de transição e construção para uma etapa nova que viveremos no final dessa década.Desde nossa tese, inscrita em março, a corrente "Construindo um novo Brasil", defende o lançamento de uma candidatura própria do PT em 2010. Todos os petistas querem que o candidato seja nosso, é óbvio, assim como é óbvio que a experiência que vivemos no congresso deverá ser vivida no seio da coalizão, ou seja, a realização de conversas e promoção de acordos e consensos. Como disse o presidente Lula, em 2010 nosso projeto tem de sair vitorioso e o congresso do PT soube dar o rumo necessário para isso. Finalmente devemos reconhecer o esforço da militância do partido. A participação de aproximadamente 240 mil pessoas em todo o processo de congresso e a disposição com que os delegados participaram dele mostram o vigor do PT. Deste congresso, certos de nossa pluralidade, saímos todos mais fortes. O PT venceu. A política venceu. Parabéns militância que tanto tem trabalhado pela construção de um novo Brasil!

Ricardo Berzoini

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