terça-feira, 18 de novembro de 2014

Nordeste à esquerda

Por Joaquim Cartaxo

O semiárido do nordeste, também denominado polígono das secas, é o território geopolítico constituído pelos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, extremo norte de Minas Gerais e do Espírito Santo. Apresenta áreas com características típicas de semideserto e áreas com balanço hídrico positivo, como a região de Gilbués no Piauí.

Do ponto de vista partidário, esses estados serão administrados, a partir de 2015, por governadores que pertencem a partidos de esquerda e de centro, integrantes da base aliada dos governos Lula e Dilma. Daí, política, social e institucionalmente, o semiárido tende a se constitui como território das forças progressistas, populares e socialistas que se referenciam nesses partidos.

Forças com legado e história de lutas contra as forças conservadoras da região. Os movimentos sociais Canudos, Palmares, Confederação do Equador, Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, Cabanada, Balaiada exemplificam isso; e nomes como Celso Furtado, Dragão do Mar, Miguel Arraes, Castro Alves, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Glauber Rocha, Lampião, Torquato Neto, Carlos Marighella, Ariano Suassuna, Rachel de Queiroz, Bárbara de Alencar e outros tantos que dignificam o povo nordestino e brasileiro.

Quais são esses partidos? Bahia, Ceará, Minas e Piauí - PT; Pernambuco e Paraíba - PSB; Alagoas, Sergipe e Espírito Santo - PMDB; Rio Grande do Norte – Maliados, PSD e PT derrotaram as famílias Alves, Maia e Farias que dominavam a política estadual; Maranhão - PC do B, destituindo a família Sarney que, há anos, controlava a política maranhense.

Dilma e os governadores dispõem de oportunidade ímpar: realizar o projeto de mais desenvolvimento socioambiental, cultural e econômico do semiárido. Ela e eles compõem o Conselho Deliberativo da Sudene, órgão de decisão estratégica e estabelecimento de prioridades.

Joaquim Cartaxo
Arquiteto urbanista e secretario de formação política do PT/CE

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Inclusão Social une o Brasil

Por Joaquim Cartaxo

A vitória da presidenta Dilma nas eleições de 2014 representou avanço no aprofundamento da democracia brasileira, demonstrado pelos eleitores que estão mais e melhor informados, politizados, resistentes às tentativas de manipulação das mentes e corações deles.

Vitória da geração que lutou contra a ditadura, em que a presidenta é representante viva; vitória política, ideológica e eleitoral das forças populares, socialistas e democráticas que combatem o antipetismo sectário e o neoliberalismo excludente, privatizador, subserviente ao capital financeiro.
Vitória dos movimentos sociais, das mulheres, da juventude, dos lutadores por um desenvolvimento sustentável, inclusivo, solidário, duradouro.

Encerrada a eleição, a oposição liderada pelos tucanos continua a disputa política afirmando que o Brasil está dividido e que é necessário unificá-lo. A questão não é essa, pois pela quarta vez o PT derrota o PSDB na disputa presidencial. O caso não é de divisão do país, mas de conquistar democraticamente maioria política e social. É disso que se trata.

A retórica de unificar o Brasil e afirmar que o PT dividiu o país é uma manobra das elites conservadoras tentando ocultar o mal-estar delas que veio à tona de modo intenso com a ascensão social dos pobres, promovida pelos governos do presidente Lula e da presidenta Dilma. Pobres e ricos com seus carros passaram a disputar o espaço da via pública, dos estacionamentos; frequentam os mesmos shopping centers; ocupam, lado a lado, as salas de espera dos aeroportos e assentos dos aviões; foram garantidas cotas para negros nas universidades e os filhos de famílias pobres podem obter diploma de nível superior por meio do ProUni. Assim sendo, as pessoas pertencentes às camadas populares podem conquistar colocações no mercado de trabalho reservado, antes, apenas aos pertencentes às camadas de renda média e alta da sociedade.

Por causa disso, essas camadas tradicionais se sentem ameaçadas pelas classes de renda C e D. Sentimento traduzido na velha e nova mídia com manifestações de intolerância e virulência preconceituosa contra pobres, negros, mulheres, nordestinos, homofobia e o PT nessas eleições.

Ascensão social é a verdadeira unificação do país, a unificação de oportunidades para todos. A presidenta Dilma e o PT se dispõem a dialogar. Mas, isso não significa abrir mão do projeto vitorioso nas urnas que contém aviso dos eleitores em letras garrafais: reduzir inflação e juros pagos ao sistema financeiro; proteger os direitos dos trabalhadores e garantir emprego; priorizar as regiões mais pobres e desprovidas de infraestrutura; ampliar e melhorar a qualidade dos serviços públicos; aperfeiçoar a regulação do setor privado; combater a corrupção sem tolerância.

Joaquim Cartaxo é arquiteto e secretário de Formação do PT Ceará