sexta-feira, 8 de abril de 2011

Mídia trata cenário econômico como se fosse 'pronto-socorro'


O Brasil tem a possibilidade de se tornar uma liderança mundial diante das transformações por que passa a economia internacional. É o que defende Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Durante seminário "Rumos da Economia no Brasil", realizado na capital paulista, nesta sexta-feira (8), ele criticou a cobertura da mídia, que trata o cenário econômico nacional como se fosse um "pronto-socorro".

Pochmann defendeu a discussão e adoção de um modelo de desenvolvimento que garante a superação de problemas sociais que ainda persistem. Ao mesmo tempo, argumentou que o desenvolvimento representa uma transformação estrutural, com possbilidades de o país se tornar uma liderança internacional.

"Não está definido como vai ser, mas é certeza de que os Estados Unidos não vão vai puxar crescimento. A China vai atender por parte disso, mas há espaço para o Brasil responder por outra parcela, como liderança sul-americana", opinou.

Elogios

O presidente do Ipea distribuiu elogios ainda às medidas adotadas pelo governo federal, em 2008 e 2009, para conter o impacto da crise financeira internacional. Nesse contexto, disparou críticas à cobertura da mídia. "A imprensa discute só as emergências da economia, como se fosse um paíe de pronto-socorro", alfinetou.

Ele referiu-se a gargalos e problemas pontuais que prejudicam o crescimento de determinados setores. "É evidente que é relevante a discussão sobre esses pontos, porque envolvem decisões do dia a dia, mas são ierrelevantes neste momento em que miramos soluções de médio e longo prazos", avaliou.

Mudança global

O economista lembrou que a agenda neoliberal começou a ser aplicada na década de 1970 e expandiu-se até tornar-se praticamente única no mundo. A doutrina atribuía exclusivamente a agentes de mercado a busca do desenvolvimento, sem qualquer papel para o Estado.

Na terça-feira (5), o diretor geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss, um dos órgãos que difundiram políticas alinhadas a esses princípios, admitiu que a agenda é passado.

(com informações e imagem da Rede Brasil Atual)

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